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11/12/2002 - 20h11

Eleição na Câmara Municipal de SP pode livrar mandato de Havanir

SILVIO NAVARRO
da Folha Online

Uma discussão entre os vereadores sobre a eleição para a presidência da Câmara Municipal de São Paulo encerrou a última sessão de depoimentos à sindicância aberta para apurar a suposta venda de legenda por parte da vereadora Havanir Nimtz (Prona) à Assembléia Legislativa em 2002.

Após o encerramento dos depoimentos sobre o caso, que duraram o dia todo, o voto da vereadora do Prona passou a influenciar no direcionamento final da comissão de sindicância.

A maioria dos nove vereadores que integram a comissão queria que o relatório final fosse entregue até sexta-feira, uma semana antes do prazo estipulado, e dois dias antes da eleição para a presidência da Casa.

O pedido revoltou o relator da comissão, Milton Leite (PMDB), que chegou a indagar os demais vereadores "se havia negociata em jogo na decisão". "Eu não sei qual é a pressa. Já começa a me levantar suspeitas sobre a votação da Mesa Diretora. Qual é a negociata aqui? Isso é constrangedor", declarou o peemedebista.

O pedido pelo adiantamento do relatório final teve o aval inclusive do presidente da comissão, Eliseu Gabriel (PDT). "Terminamos antes da eleição o relatório para que a vereadora Havanir possa se definir", afirmou.

Dos nove vereadores, quatro deles já declararam seu voto à presidência da Câmara ao vereador Antônio Carlos Rodrigues (PL), que também faz parte da comissão de sindicância.

Rodrigues, que afirma ter 29 dos 55 votos da Câmara _um a mais do que os 28 necessários para a eleição_, concorre à presidência com o candidato governista Arselino Tatto.

Hoje, do lado de fora da sala onde a comissão estava reunida, Rodrigues chegou a bater boca com o líder do PT na Casa José Mentor, novamente acusando o partido de "estar jogando rasteiro", em alusão à uma suposta negociação de cargos no Executivo.

Dentro da sala, Rodrigues fez questão de negar, mais de uma vez, que o voto da vereadora estaria influenciando no encaminhamento da comissão. "É ofensivo a vereadora pensar que o voto dela está acima desta sindicância", disse.

Muitos vereadores que não formam a comissão de sindicância estiveram acompanhando de perto o depoimento de Havanir e as articulações de Rodrigues para a eleição da Casa durante a sessão.

Wadih Mutran (PPB), por exemplo, chegou a se irritar com uma suposta "traição" de um dos 29 vereadores que estaria retirando seu voto a Rodrigues. "Se alguém trair não vai trair o Carlinhos, vai trair os 28."

Ontem, Rodrigues ameaçou engrossar a oposição à prefeita Marta Suplicy (PT) caso haja alguma interferência do governo na disputa. Tatto, por sua vez, garante que tem nomes suficientes para vencer a eleição.

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