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24/10/2003
Divergências na base governista impedem votação de Conselho de Representantes

Vanessa Sayuri Nakasato

Desta vez, não é a oposição quem impede a votação de um projeto de lei na Câmara Municipal de São Paulo. É a própria base governista. A falta de acordo entre petistas e aliados tem engavetado, por quase um ano, o texto que cria o Conselho de Representantes nas Subprefeituras da cidade.

Trata-se de um projeto que tem por objetivo assegurar a participação dos paulistanos nas decisões da Prefeitura e fiscalizar sua atuação por meio do Conselho, que será composto por eleitores. A proposta foi apresentada pela Mesa Diretora da Casa, em 2001.

Segundo o vereador Dalton Silvano (PSDB), se dependesse da bancada tucana, o projeto já teria sido aprovado. “O problema é a disputa dentro do PT. Eles brigam entre eles. A ala conservadora acha que perderá o poder de legislador se o Conselho de Representantes for instituído”, ressaltou.

Silvano ainda afirma que, embora nenhum petista diga ser contra o projeto para não cometer um ‘suicídio político’, a base governista usa regimentos internos para impossibilitar as votações. “Sempre que o projeto aparece a sessão cai por falta de quorum”, relatou.

Uma pesquisa feita pelo Movimento Voto Consciente, em fevereiro deste ano, mostrou que 37 dos 55 vereadores são favoráveis ao Conselho de Representantes. “Infelizmente, uns mentem para não decepcionar a população. Tem 37 parlamentares dizendo ser a favor, mas não há 28 para aprovar”, enfatizou Lucrécia Anchieschi Gomes, coordenadora-geral da organização não-governamental Policidadania.

Ela conta que cansou de enviar solicitações aos vereadores e não ter resposta. As doze cartas escritas, uma assinada por 380 entidades civis, pediam para que os parlamentares votassem, ou pelo menos, debatessem o projeto. “O máximo que conseguimos foi fazer algumas reuniões no salão nobre da Casa e marcarmos uma audiência pública para o mês que vem”, lamentou Lucrécia.

O vereador Salim Curiati Jr. (PP) diz que, particularmente, não gosta do projeto , mas votará a favor por respeito à sociedade civil. Para ele, o Conselho de Representantes criará mais burocracias, mais instâncias e irá onerar mais ainda a Prefeitura de São Paulo. “Irá atrapalhar mais do que ajudar”, disse.

Segundo o presidente da Mesa Diretora, Arselino Tatto (PT) o projeto não foi votado ainda por falta de acordo entre os vereadores. Mas ele garante que a divergência não está no PT. “Os 18 vereadores petistas são favoráveis ao projeto. Quanto aos outros partidos, eu não posso afirmar nada. Pergunte aos líderes de bancada o que eles pensam”, irritou-se em entrevista ao site GD.

De acordo com Tatto, o Conselho de Representantes está na pauta e será votado
em novembro. “Se puder, colocarei para primeira votação na semana que vem”, prometeu.

 
 
 

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