Infoexclusão
se reduz com parcerias entre empresas, governo e comunidade
Rodrigo Zavala
Equipe GD
A divisão digital pode ser atenuada com um regime de parcerias
entre governo, empresas e comunidades organizadas. É o que
afirma o professor Alberto Albertin, coordenador do programa de
excelência em na era digital, da FGV-SP. Entretanto, segundo
o professor, pensar que cada pessoa terá um computador, uma
linha telefônica e uma conta na Internet é, no mínimo,
utópico.
Albertin aponta o alto custo das conexões um grande empecilho
para que as pessoas entrem no ambiente digital. "Ele é
restritivo porque é caro", resume.
Por isso, ele afirma que a infoexclusão só se reduziria
com iniciativas estratégicas de institutos governamentais
e o setor privado para reduzir o preço da infra estrutura
da web e desenvolver programas de difusão nas escolas e centros
comunitários. A atuação da sociedade civil
também é apontada por Albertin como uma boa estratégia
para garantir a integração de comunidades menos favorecidas
à Internet.
De acordo com Carlos A. Afonso, co-fundador e ex-diretor do Instituto
Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase),
o caminho é esse. "Regimes de convênios e parcerias
criam facilidades coletivas e individuais de acesso local a baixo
custo", garante.
Experiências que deram certo não faltam, para Afonso:
do Canadá ao Camboja, os telecentros, centros coletivos de
acesso, são utilizados como solução de conectividade
e capacitação de pessoas carentes e analfabetas digitais.
Afonso afirma que o Peru, por exemplo, cujo avanço de infra-estrutura
e tecnologia para a implantação da Internet está
muito aquém do Brasil, é o país mais avançado
da região (e um dos mais avançados do mundo) na democratização
do acesso. Para ele, a fórmula é simples: institutos
governamentais coordenam e subsidiam telecentros e cabinas comunitárias,
gerenciadas por representantes comunitários e pequenos comerciantes.
Hoje, além dos telecentros comunitários o Peru desenvolveu
centros para negócios, que se disseminam na forma de franquias
e de iniciativas sem fins lucrativos, buscando várias formas
de estender o acesso e auto-sustentação. Com isso,
praticamente não há cidade no país sem pelo
menos um centro comunitário.
"Não é uma solução mágica
para o acesso universal. Mas, como uma escola ou biblioteca, são
componentes fundamentais de qualquer iniciativa de democratização",
lembra.
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