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20/08/2002 - 17h04

Brasil volta a liderar ranking mundial dos juros altos

IVONE PORTES
da Folha Online

A taxa de juro real brasileira, aquela que desconta a inflação, voltou a subir em julho e ultrapassou a da Polônia, até então a maior do mundo.

Com isso, o Brasil ocupa o pior lugar no ranking das mais altas taxas do mundo, o que não ocorria desde julho de 2000. Os dados fazem parte do relatório mensal de taxas de juros elaborado pela consultoria Global Invest.

Amanhã, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central define a nova taxa dos juros brasileiros e a expectativa do mercado é que continue nos mesmos 18% ao ano. Há, porém, quem vê espaço para uma pequena queda de 0,25 ponto, como o Bank of America.

De acordo com o estudo da Global Invest, o juro real brasileiro chegou a 10,3% ao ano em julho. Na Polônia, segunda colocação no ranking, com juro real de 9,4% ao ano, a taxa vem caindo agressivamente nos últimos 12 meses, após atingir o ápice de 25,9% ao ano em julho de 2001.

Os Estados Unidos, por exemplo, onde o juro nominal está em 1,75% ao ano -o menor nos últimos quarenta anos- têm juro real de 0,3%.

Já a Argentina que tem juros nominais de 46,6% ao ano -o maior entre os países pesquisados- é o país com a menor taxa real do mundo. Ou seja, o país subsidia juros. Descontada a inflação, o juro real argentino está negativo em 4,3% ao ano.

O relatório da consultoria destaca ainda que em 41 meses de realização da pesquisa o Brasil é o único país que esteve sempre entre os quatro primeiros do ranking de maior taxa.

O levantamento da Global Invest abrange 40 países, sendo 23 emergentes e
17 desenvolvidos.

Juro real depende da inflação
Segundo a consultoria, a taxa de juro real brasileira continuará crescendo nos próximos meses. Isso porque é esperada uma queda do IPCA acumulado em 12 meses, já que a maior parte dos reajustes de tarifas administradas já aconteceu. A expectativa, porém, poderá ser frustrada se o dólar continuar subindo.

Para agosto, a consultoria projeta uma taxa real de 10,4% ao ano, patamar que deve se repetir em setembro.

Nos últimos três meses do ano, porém, deve haver uma elevação mais
acentuada das taxas reais, de acordo com o relatório da Global Invest. O juro real deve chegar em dezembro a 11,2% ao ano, caso a Selic não seja reduzida.



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