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18/09/2006 - 16h50

Cineastas divergem sobre indicado brasileiro a vaga no Oscar

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MARY PERSIA
da Folha Online

A lista de filmes inscritos no MinC (Ministério da Cultura) em busca da indicação para uma vaga no Oscar traz produções bastante diversificadas, assim como a opinião de cineastas a seu respeito. Catorze longas-metragens concorrem ao aval do governo brasileiro junto à Academia americana --o resultado sai nesta quarta-feira (20).

A 79ª edição da mais importante cerimônia de premiação da indústria cinematográfica mundial acontece em 25 de fevereiro do próximo ano--os indicados serão anunciados em 23 de janeiro. A Folha Online ouviu diretores e roteiristas em busca de opiniões sobre qual longa-metragem teria mais chances de entrar na disputa pelo Oscar de filme estrangeiro. Alguns se abstiveram de apontar um filme, outros tiveram opiniões divergentes.

Divulgação
Atrizes Luana Piovani (de branco) e Patrícia Pillar em desfile durante o filme "Zuzu Angel"
Atrizes Luana Piovani (de branco) e Patrícia Pillar em desfile durante o filme "Zuzu Angel"
Di Moretti, roteirista de "Cabra-Cega" e "Filhas do Vento", aposta em "Cinema, Aspirinas e Urubus", de Marcelo Gomes, pelo "roteiro inovador, criativo e absolutamente simples". Para ele, essas são características cada vez mais patentes em produções que ganham o Oscar de filme estrangeiro --categoria que comporia uma espécie de contraponto às outras ao contemplar mais a arte do que a indústria.

"Não adianta ter uma superprodução se não houver inovação de linguagem, uma proposta nova", considera Moretti. "Mas é algo imprevisível, pois tem a questão da grana também", pondera o roteirista, lembrando a necessidade de um "orçamento extra" para a campanha junto aos membros da Academia.

Considerando justamente a estrutura necessária para fazer o apelo de uma produção brasileira chegar aos americanos, o diretor Toni Venturi, de "Cabra Cega" e "Dia de Festa" (documentário em parceria com Pablo Georgieff), vai no caminho oposto. Na sua opinião, "O Maior Amor do Mundo", de Carlos Diegues, e "Zuzu Angel", de Sergio Resende, teriam mais chances, uma vez que contam com apoio de grandes distribuidoras (Columbia e Warner, respectivamente).

"São filmes mais encorpados em termos de produção. Os outros são filmes muito independentes para estarem no Oscar", avalia o cineasta, que cita ainda um possível "azarão": "Vida de Menina", de Helena Solberg. Para ele, porém, não há nenhum filme nacional que tenha realmente perfil de Oscar. "Oscar estrangeiro é 'art house' [produção de arte], mas é o topo do 'art house'", afirma o diretor.

Por esse motivo, Venturi descarta a indicação dos documentários inscritos no MinC --o premiado "Estamira", de Marcos Prado, e "Doutores da Alegria", de Mara Mourão. "São dois belíssimos filmes, mas acho que não têm chance nenhuma. O Oscar é um prêmio da indústria, em que o valor agregado da produção é levado em conta", justifica o cineasta, que diz não ter inscrito seu "Dia de Festa" "por ter 'semancol'".

"Criança desamparada"

Tizuka Yamasaki, que no ano passado concorreu à indicação do MinC com "Gainjin 2 - Ama-me Como Sou" --perdeu para "2 Filhos de Francisco", de Breno Silveira--, não quis fazer apostas. Para ela, além de uma boa estrutura para a campanha junto aos americanos, é preciso levar em consideração a temática do filme.

"A Academia dá preferência para 'filmes família'. Se tem uma criança desamparada, ficam todos animadinhos com o filme", considera a diretora. "Mas estou apenas 'chutando'."

O cineasta e secretário Estadual da Cultura, João Batista de Andrade, também se eximiu de apontar um filme com chances conseguir uma das cinco vagas para concorrer ao Oscar de filme estrangeiro. "Nossa participação no Oscar é muito ambígua. Claro que é positivo estar lá, mas o Oscar é uma festa dos americanos. A brecha para os estrangeiros é muito pequena", diz o diretor de "Vlado - 30 Anos Depois". "É como se fosse de um lado o cinema americano e de outro o resto do mundo."

Por conta da diversidade das produções brasileiras e das incógnitas que permeiam as indicações ao Oscar, Andrade prefere não opinar a respeito. "Acho difícil pensar com a cabeça dos americanos."

Confira os longas inscritos:

"A Máquina", de João Falcão
"Anjos do Sol", de Rudi Lagemann
"Bens Confiscados", de Carlos Reichenbach
"Cinema, Aspirinas e Urubus", de Marcelo Gomes
"Cafundó", de Paulo Betti e Clovis Bueno
"Depois Daquele Baile", de Roberto Bontempo
"Doutores da Alegria", de Mara Mourão
"Estamira", de Marcos Prado
"Irma Vap - O Retorno", de Carla Camurati
"O Maior Amor do Mundo", de Carlos Diegues
"Tapete Vermelho", de Luiz Alberto Pereira
"Vida de Menina", de Helena Solberg
"Zuzu Angel", de Sergio Resende

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