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Análise: Obama vira o jogo graças a apoio oportuno
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TERESA BOUZA
da Efe, em Washington
O apoio do governador do Novo México, Bill Richardson ao democrata Barack Obama veio no melhor momento. Segundo pesquisas e analistas políticos, o apoio ajudou o senador a virar o jogo depois da polêmica dos sermões de seu reverendo.
"Foi muito oportuno e permitiu desviar a atenção do pastor Jeremiah Wright, disse à agência de notícias Efe, Bill Chaloupka, professor da Universidade de Colorado, em referência ao recente apoio de Richardson à campanha do senador democrata.
Além de conveniente, o respaldo foi também "surpreendente" vindo de um político com laços estreitos com os Clinton. O governador foi secretário de Energia e embaixador da Organização das Nações Unidas durante a Presidência de Bill Clinton (1993 a 2001), com quem acreditava-se ter uma amizade pessoal.
Seu apoio a Obama foi, todavia, motivo de comentários nesta segunda-feira e levou alguns dos assessores de Hillary Clinton a compará-lo a Judas.
"O apoio de Richardson chegou justo ao redor do aniversário do dia em que Judas vendeu (Jesus aos romanos) por 30 moedas de prata", disse James Carville, em declarações publicadas pelo jornal norte-americano "The New York Times".
"É certamente significativo", explicou a Efe, Thomas Schwartz, professor da Universidade de Vanderbilt. O professor recordou que durante os primeiros debates eleitorais em Iowa, Richardson apoiava com freqüência a Hillary, o que deu asas à teoria de que poderia ser seu vice-presidente se ela alcançasse a candidatura à Presidência.
Schwartz considera que essa situação acentua a relevância do apoio do governador de origem hispânica e poderia indicar que a elite do partido democrata quer chegar, quanto antes, ao fim da campanha eleitoral, que está cada vez mais acirrada.
Obama está na dianteira de Hillary no número de delgados eleitos mediante votação popular, contudo, nenhum dos pré-candidatos tem o número suficiente para alçar-se à nomeação.
A esta altura, está claro que ninguém conseguirá os 2.025 delegados necessários para se converter no candidato à Presidência-- o que deixará a decisão nas mãos dos cerca de 800 superdelegados, altos funcionários e outros cargos do partido que votarão na convenção nacional em Denver. Segundo a rede de televisão CNN, Obama conta com 1.622 delegados contra 1.485 de Hillary.
Michele Dillon, da Universidade de Novo Hampshire, diz crer que o apoio de Richardson poderia abrir o caminho para os superdelegados que ainda não se manifestaram a favor de um dos rivais democratas, assim como atrair alguns eleitores hispânicos para Obama.
Questão racial
Mas fora isso, os analistas consultados pela Efe destacaram que a recuperação do senador por Illinois frente a Hillary nas últimas pesquisas também demonstra que seu discurso da semana passada sobre as tensões raciais nos Estados Unidos foi efetivo.
O senador afro-americano se viu forçado a abordar o delicado tema, graças a polêmica gerada pelos sermões de Wright, seu ex-reverendo, que animou os negros de sua comunidade ao entoar "Deus amaldiçoe os Estados Unidos", no lugar do tradicional "Deus abençoe os Estados Unidos" pelo racismo ainda grande no país.
Uma pesquisa publicada pela empresa Gallup neste fim de semana mostra que o discurso sobre a raça e o apoio de Richardson explicam que Obama supera agora a ex-primeira dama na intenção de voto, depois de duas semanas nas quais a senadora teve uma margem de vantagem de 7 pontos.
A pesquisa de Gallup coloca Obama na frente com 48% de intenção de voto frente a 45% de Hillary, o que praticamente os deixa em um empate, se considerar a margem de erro de 2% da pesquisa.
A breve vantagem de Obama está em, por enquanto, dar por encerrado o tema de Wright. Mas a conclusão geral parece ser que tanto a campanha de Hillary como a do candidato republicano John McCain podem utilizá-lo como arma de campanha a qualquer momento.
Os resultados dos sermões que os cidadãos norte-americanos puderam ver no site da igreja de Chicago em que Wright prestou serviço até sua recente aposentadoria, são perfeitos para o formato televisivo. "São como videoclipes, ideais para as redes de televisão e capazes de alcançar grandes audiências", disse Schwartz.
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Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
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