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17/01/2003 - 08h26

Saddam promete derrotar EUA nos portões de Bagdá

da Folha Online

O presidente iraquiano, Saddam Hussein, afirmou que seu país está fortemente mobilizado e vai derrotar os Estados Unidos nos portões de Bagdá se os EUA tentarem invadir o Iraque.

"Estamos determinados e planejamos derrotar nossos agressores. Mobilizamos nossas capacidades, incluindo o Exército, o povo e a liderança", disse Saddam, em discurso transmitido pela TV para marcar o 12º aniversário do início da Guerra do Golfo.

Reuters - 08.ago.2002
Saddam Hussein, presidente do Iraque
Uma manifestação organizada pelo governo iraquiano aconteceu em Bagdá no começo da manhã de hoje, exatamente na mesma hora em que as bombas norte-americanas atingiram a cidade em 1991.

No discurso, Saddam comparou os norte-americanos aos mongóis, que destruíram a cidade no século 13, e disse que o povo iraquiano e seus líderes fariam as forças invasoras cometer suicídio antes de entrarem em Bagdá.

"Bagdá, seu povo e liderança, estão determinados a forçar os mongóis de nossa época a cometer suicídio em nossos portões", afirmou Saddam, referindo-se ao Exército da Mongólia, que saqueou Bagdá, então capital do Estado islâmico e centro da civilização em 1258, terminando o califado abácida.

Os Estados Unidos têm concentrado forças em preparação para uma possível invasão, acusando o Iraque de desenvolver armas de destruição em massa.

Os inspetores de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) retornaram ao Iraque em novembro depois de quatro anos de ausência. Saddam não fez referências às inspeções em seu discurso.

Descoberta
O discurso acontece um dia depois de os inspetores da ONU anunciarem a descoberta de 11 ogivas vazias, porém capazes de serem carregadas com armas químicas.

Reservadamente, uma autoridade norte-americana disse que a descoberta das ogivas vazias não representa um motivo para o início da guerra -para isso, segundo ele, seria necessário encontrar todo um estoque de agentes químicos. O general iraquiano Hussam Mohammad Amin, principal oficial de ligação com os inspetores, chamou a descoberta de "tempestade numa xícara de chá".

Segundo Amin, as caixas das ogivas vazias constavam da declaração de armas entregue no mês passado pelo Iraque à ONU. "Esses foguetes estão fora do prazo de validade. Eles estavam em caixas fechadas, de madeira, as quais tínhamos esquecido."

Não se sabe se alguma vez as ogivas estiveram carregadas com armas químicas. Os inspetores levaram amostras para exames.

As inspeções de armas no Iraque foram iniciadas logo após a Guerra do Golfo, mas suspensas há quatro anos. Retomadas em novembro, elas agora podem provocar uma guerra, caso provem a acusação norte-americana de que Saddam tem armas de destruição em massa.

A ONU disse que as ogivas vazias foram achadas em bunkers construídos no final da década de 1990 na área de Ukhaider, 120 km ao sul de Bagdá. Uma 12ª ogiva encontrada no local ainda precisa ser examinada mais atentamente, segundo um porta-voz dos inspetores.

"As ogivas estavam em excelente condição e eram similares àquelas importadas pelo Iraque no final da década de 1980. A equipe de inspetores usou um equipamento portátil de raios-X para análises preliminares de uma delas e recolheu amostras para exames químicos", disse o porta-voz Hiro Ueki.

A Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, enviou o vice-chanceler Alexander Saltanov a Bagdá, em mais uma tentativa de evitar a guerra.

A Casa Branca diz que o governo ainda não tomou nenhuma decisão, mas que 27 de janeiro, quando os inspetores apresentam um relatório à ONU, será "uma data importante". "Depois disso, os fatos ditarão o cronograma", afirmou o porta-voz Ari Fleischer.

O inspetor-chefe Hans Blix disse ter "quase certeza" de que os diplomatas da ONU vão pedir um novo relatório para fevereiro. Mas o chefe da política externa da União Européia, Javier Solana, alertou que o tempo para os inspetores "não é muito longo".


Com agências internacionais

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