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03/07/2009 - 10h14

Honduras diz querer evitar "derramamento de sangue"; Zelaya pede marcha

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da Folha Online

O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, afirmou que sua oposição à volta do presidente deposto, Manuel Zelaya, ao país visa evitar assim um "derramamento de sangue". Zelaya, em viagem a El Salvador, pediu que seus apoiadores marchem na capital Tegucigalpa em um protesto pacífico pela sua restituição.

"Para a tranquilidade e a paz do país, eu preferiria que ele não voltasse. Não quero que haja uma gota de sangue derramada em nosso país", disse Micheletti em entrevista coletiva, um dia após protestos na capital.

AP-02jul.09
Homem é preso por soldados e policiais em protesto de apoio ao presidente eleito Zelaya
Homem é preso por soldados e policiais em protesto de apoio ao presidente eleito Zelaya

"Todos que acompanharem o presidente deposto serão recebidos com todo carinho, e ele também, porque é um irmão, mas ele tem alguns crimes pelos quais tem de pagar", reiterou Micheletti, em referência à volta de Zelaya, programada para este sábado, acompanhado dos presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Equador, Rafael Correa, além de prêmios Nobel da Paz como a guatemalteca Rigoberta Menchú.

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O Ministério Público acusa Zelaya de quatro crimes relacionados a uma consulta popular com a qual pretendia instalar uma Assembleia Constituinte e mudar a Constituição. O referendo foi declarado ilegal por diversos órgãos do Estado.

Micheletti reiterou que o governante deposto "não pode voltar ao comando da República" e que o Parlamento o nomeou para completar seu mandato de quatro anos, até 27 de janeiro de 2010.

Ele aceitou, contudo, antecipar a data da eleição, prevista para 29 de novembro, para tentar acalmar a tensão política no país.

"Sempre e quando o Tribunal [Superior Eleitoral] acertar isto com o Congresso Nacional, baseado na lei, qualquer dia será bom para nós", declarou Micheletti.

Marcha

AP-02jul.09
Picial atira na direção de apoiadores do presidente deposto Zelaya
Picial atira na direção de apoiadores do presidente deposto Zelaya

Zelaya anunciou que voltará a Honduras neste sábado, quando acaba o prazo de 72 horas imposto pela OEA (Organização dos Estados Americanos) para a sua restituição como presidente constitucional.

Em El salvador, mais recente parada de seu tour pela América, Zelaya pediu aos hondurenhos que "não desanimem" e que marchem a Tegucigalpa para protestar "pacificamente" contra o golpe de Estado.

"Não se deixem vencer, nem desanimem, sintam a força do espírito e caminhem a Tegucigalpa", afirmou o presidente deposto Radio Cadena Mi Gente, emissora de San Salvador muito escutada em Honduras e que dedica sua programação a cobrir a crise causada pelo golpe de Estado.

Zelaya afirmou ainda que confia que as Forças Armadas vão "retificar" o que fizeram e que "é injusto o que fazem em Honduras."

"Pedimos a Deus que nos dê força e fé para enfrentar pacificamente em todas as comunidades de Honduras, especialmente as que tem consciência de que devem se organizar e estar prontas porque pacificamente vamos defender nossos direitos como cidadãos", disse.

Golpe

Zelaya foi derrubado do poder neste domingo (28) em um golpe orquestrado pela Justiça e pelo Congresso e executado por militares, que o expulsaram para a Costa Rica. O golpe foi realizado horas antes do início de uma consulta popular sobre uma reforma na Constituição que tinha sido declarada ilegal pelo Parlamento e pela Corte Suprema.

"Fui retirado da minha casa de forma brutal, sequestrado por soldados encapuzados que me apontavam rifles", contou o presidente deposto, após chegar ao exílio na Nicarágua.

"Diziam: "se não soltar o celular, atiramos". Todos apontando para minha cara e o meu peito. [...] Em forma muito audaz eu lhes disse: 'se vocês vêm com ordem de disparar, disparem, não tenho problema de receber, dos soldados da minha pátria, uma ofensa a mais ao povo, porque o que estão fazendo é ofender o povo"."

De acordo com os parlamentares hondurenhos, a deposição de Zelaya foi aprovada por suas "repetidas violações da Constituição e da lei" e por "seu desrespeito às ordens e decisões das instituições". Segundo os seus críticos, com a consulta, Zelaya pretendia instaurar a reeleição presidencial no país. As próximas eleições gerais serão em 29 de novembro.

Depois da saída de Zelaya do país, no Congresso de Honduras, um funcionário leu uma carta com a suposta renúncia, o que ele nega. Zelaya diz ter sido alvo de "complô da elite voraz"; e seu sucessor, Micheletti, diz que o golpe foi um "processo absolutamente legal".

Comentários dos leitores
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Sobre o comentário do nosso estimado Diplomata, dizendo ele, que o nosso país inspira o desarmamento mundial; apenas brinco: "Nosso Amorim é um gozador!... sem opinião
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sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
como tem pirado escrevendo e enviando os seus comentários. os textos chegam ser manifestações de humorismo involuntário.
Peço àqueles que discordam das bobagens escritas, sejam condescentes com os pirados da silva.
Pai, perdoi, eles não sabem o que escrevem. Descansem em paz, pirados.
sem opinião
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John Reed (41) 02/02/2010 03h21
John Reed (41) 02/02/2010 03h21
A realidade é inexorável.
Ideologias fajutas não passam de blá-blá-blá porque são míopes para enxergar qualquer coisa. Mas certamente não querem ver nada porque acham que já pensaram em tudo. Aí quando a realidade contraria a 'verdade' ideológica as coisas começam a ficar violentas.
Já viu uma criança contrariada? Pois é. Parece que o brinquedo favorito do Coronel Presidente Hugo Chávez se recusa a funcionar como ele deseja. E isso acaba refletindo em alguns nesse fórum, que contrariados produzem textos violentos tanto no estilo quanto no conteúdo.
Uma política carioca, médica, disse (isso ninguém me contou), no ocaso dos países comunista pós Muro, que o ideal e modelo de país a ser seguido eram os da Albânia. Caramba! Isso tem 20 anos.
É pra dar medo: o que a crença em ideologias ou dogmas pode fazer com uma pessoa culta e inteligente. Como já disse, a realidade é desagradavelmente real para alguns.
2 opiniões
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