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20/12/2007 - 02h30

Dom Cappio

"A greve de fome de dom Luiz Cappio, em favor do sobrestamento das obras do rio São Francisco, merece alguns comentários. Em princípio, a greve de fome, explicam os teólogos, é um ato imoral, porquanto consiste numa espécie de 'suicídio indireto'. De qualquer modo, um antístite que assim procede dá um mau exemplo ao seu rebanho, em que pesem aos valores por ele defendidos. Nenhum bem, nem mesmo um rio inteiro ou o mundo inteiro, vale mais que uma vida humana ou tem o mesmo peso que ela.
O moralista progressista padre Marciano Vidal elucida a questão: 'À luz da avaliação da vida humana, é difícil justificar objetivamente esta prática --referindo-nos sempre ao objetivo, sem entrarmos nas intenções de quem pratica a greve de fome'. ('Dicionário de Moral', editora Santuário, 1986). Com certeza, haverá outros meios de chamar a atenção para a causa contrária ao deslocamento do rio. O que não se deve admitir é que, em tempos de cultura de morte, para citar uma expressão de João Paulo 2º, quando a vida humana é malbaratada pela violência urbana, um sucessor dos apóstolos ponha o excelso dom da sua vida em risco, confundindo os fiéis. O ato do prelado franciscano não há que ser classificado como martírio. Os primeiros mártires eram sacrificados por motivos de fé, porém não se metiam em situações perigosas por vontade própria. Jesus mesmo jamais quis a morte. A crucifixão foi uma conseqüência do projeto que ele abraçou."

EDSON LUIZ SAMPEL (São Paulo, SP)

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"Lamentável o martírio do bispo d. Luiz Cappio. Além de ser um atentado contra a própria vida, o que ele pretende não representa o pensamento de toda a população nordestina, sendo inútil o sacrifício isolado. Devendo-se também subordinar-se ao fato de que as lógicas do Estado e da religião navegam e deságuam em rios diferentes. Portanto, a greve de fome carece de sentido."

SAMOEL LOURENÇO FERREIRA (Franca, SP)

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"Parabenizo com louvor o frei Luiz Flávio Cappio pelo artigo 'Jejuo também por democracia real' ('Tendências/Debates', 12/12), em que demonstra claramente a real e triste finalidade do misterioso projeto da transposição de águas do rio São Francisco, que poderá, sim, causar danos irreversíveis ao ambiente e conflitos sociais. Infelizmente, no Brasil, o crime ambiental foi legalizado para enriquecimento de alguns. Nossos governantes permitem a devastação da Amazônia, que está fora de controle. Autorizaram a expansão de canaviais com o emprego de queimadas, prática arcaica, cruel e desumana, causando doenças nos moradores das cidades do interior paulista, rodeadas de rios assoreados _cana, fogo que mata milhões de animais silvestres, muita fumaça, fuligem, durante o ano inteiro. Esse país assolado pela ganância, corrupção, hipocrisia e impunidade necessita urgentemente não do jejum do amado frei Luiz, que tanto nos preocupa, e, sim, do clamor da sua voz e da força de sua fé. Viva!"

MARIA LUIZA FERREIRA (Jaú, SP)

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"Basta de conversa fiada sobre a transposição do rio São Francisco. A Igreja Católica precisa entrar pra valer nesta palhaçada armada pelo bispo Cappio. Pelo comportamento deste sacerdote, que deveria estar preocupado com seu rebanho em lugar de se meter onde não lhe diz respeito. Deveria tomar como exemplo o padre Marcelo. Da forma que está agindo, está abrindo ainda mais o espaço para os catadores de dízimos, que, a cada dia que passa, abrem nova filial na captação de dízimos dos ingênuos, que considero otários, aumentando suas fortunas como já tem sido divulgado pela imprensa.
Espero que o governo não aceite esta chantagem e a igreja ponha fim a essa palhaçada."

RUY PORTELLA DE CAMARGO (São Paulo, SP)

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"A eminente suspensão das obras de transposição do São Francisco pela greve de um bispo católico mostra definitivamente que o Estado brasileiro não é laico. Num Estado laico, a opinião contrária de um religioso, mesmo se martirizando com greve de fome, não poderia ser mais importante que a opinião e martírio de outros milhões de brasileiros."

MÁRCIO DOS REIS MARTINS (Jaboticabal, SP)

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Niemeyer

"Passada a onda de glorificações fáceis, calcada, como sempre, mais no emocional do que no racional (como aliás é típico da intelectualha tupiniquim, irremediavelmente presa a uma mentalidade de rapapés e a um comportamento de mesuras), me permito a crítica destoante da unanimidade que no Brasil ainda insiste em bater o tamborim da 'verdade inquestionável' para dizer que Oscar Niemeyer, enquanto arquiteto, é mesmo um excelente escultor.
Incrível como seus prédios possuem a 'magia' de fritar quem os usa no verão e congelá-los no inverno.
Se for uma biblioteca, então, não há watts que dêem jeito na escuridão de seus caixotões, erguidos quase sempre à luz de muito dinheiro público. E um aviso para os que, tendo filhos pequenos, tentem freqüentar algumas de suas 'obras' públicas; não larguem das mãos dos petizes, sob pena de os mesmos despencarem dos vãos entre andares, escadas sem corrimões ou tropeçarem na vastidão de um piso repleto de recuos, desníveis e recortes.
Se for uma igreja, sente em frente ao padre para escutá-lo, pois a acústica (a coisa mais elementar em um templo) é sempre horrível.
Para admirar suas 'obras' pelo lado de fora, chapéu na cabeça é obrigatório, uma vez que plantas na forma de árvores são vetadas nos desenhos do 'mestre', isso porque estas simplesmente tampam a visão das 'pirâmides' do nosso Imhotep caboclo, ainda que vivamos nos trópicos e uma arvorezinha e sua sombra sejam sempre bem-vindas.
Louvo e aplaudo o centenário de qualquer ser humano, mas o senhor Niemeyer, na função de arquiteto, comporta-se como a piada do alfaiate que, errando a mão no terno, tenta fazer ajustes no cliente.
No Brasil de hoje, onde o pensamento único é mais que moda, não lhe faltam acólitos."

PAULO BOCCATO (São Carlos, SP)

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Delegacias

"Se um lutador famoso e rico tem direito de ser levado ao hospital e a uma investigação especial pela Corregedoria da Polícia Civil, é melhor transferir as delegacias para os hospitais e contratar mais gente para a corregedoria, porque o que não falta é anônimo pobre e drogado preso."

VALERIO JOSE GIANINI (São Paulo, SP)

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Aprendizado

"Não poderia deixar de esclarecer, com franqueza e sinceridade, que parte do grau de instrução e conhecimentos que venho adquirindo no decurso de minha existência, não há dúvida, devo à profícua e útil leitura da Folha, de sadio aproveitamento, sempre se fazendo acompanhar da seriedade e moralismo, com destaque para os oportunos editoriais, cujo teor, além de atualizado, dá plena cobertura às mudanças de costumes ou aparecimento de novos fatos, sempre se relacionando ao contexto social em que vivemos."

DOMINGOS JAFELICE (São José do Rio Preto, SP)

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Bolivianos em SP

"Mesmo já passado alguns dias, retumba na minha cabeça a reportagem 'Trabalho em troca de casa e comida' que li no último domingo.
Fiquei impressionada com tanta determinação e coragem do repórter Antônio Gaudério, vivenciando uma realidade para mostrar a verdade nem de longe imaginável por quem compra um vestido no Brás.
Parabéns ao repórter Antônio Gaudério, e gostaria de ver mais reportagens com esta dedicação! Parabéns à Folha e a toda sua equipe."

CELI VILAR (São Bernardo do Campo, SP)

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Cristina Kirchner

"Como leitora, entendo que a foto e a legenda da capa da Folha de S.Paulo de 19/12, que mostram a presidente argentina, Cristina Kirchner, ao lado do presidente Tabaré Vázquez, do Uruguai, não informam e são desrespeitosas. Vestida de maneira discreta e elegante, a presidente da Argentina segura seu vestido em meio uma rajada de vento. O que quer dizer a frase: 'O pecado mora ao lado'? Parece-me uma insinuação sem nenhum sentido. A referência ao título do filme de Marilyn Monroe está mais para o programa 'Pânico na TV' do que para um jornalismo comprometido com a ética e o respeito. Lamentável!"

JACIRA VIEIRA DE MELO (São Paulo, SP)

 

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