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16/08/2004
-
03h40
O passeio começa pela Bela Vista. As duas primeiras vilas apresentadas são tímidas, mas bem cuidadas. As casas das ruas jardim Francisco Marcos e jardim Heloisa têm elementos decorativos que remetem ao estilo enxaimel. Algumas estão descaracterizadas, ainda que não quebrem de todo a uniformidade visual.
A passagem é rápida. Mas antes de qualquer decepção, surge a mais surpreendente parada do roteiro: a vila Itororó. Erguida pelo tecelão português Francisco de Castro na década de 1920, a vila só se revela de todo quando o observador se aproxima de seu muro.
Em terreno íngreme, o palacete tem três andares. Passarelas ligam as portas à calçada.
Só depois de se livrar da incredulidade, o olhar se volta para os detalhes da construção.
São colunas longas, que aludem a templos gregos, cariátides, máscaras incrustadas nas paredes, leões e ornatos. Parte dos adornos veio do teatro São José.
O arquiteto Décio Tozzi, que, entre outros, projetou o parque Villa-Lobos, fez, em 1975, um plano de recuperação para a vila.
Ele a descreve como "um conjunto que reflete um aspecto incomum do
imigrante enriquecido e, nesse caso, imaginoso".
Como havia ali perto uma fonte de água de boa qualidade, o córrego Itororó, Francisco de Castro decidiu construir em sua vila uma piscina.
Assim, o local ficou célebre por ter a primeira piscina particular da capital. O projeto incluía casas de banho e um cassino, que acabou não saindo do papel.
Castro morreu tuberculoso, depois de gozar a vida sem muitas regras. Seus bens foram arrematados por uma fila de credores.
O destino da vila, a doação à Santa Casa de Indaiatuba, preveniu-a de ser descaracterizada, mas não de ser deteriorada.
A vila foi tombada em 2002 pelo Compresp (conselho municipal de defesa do patrimônio).
A proposta do arquiteto para recuperar a vila, "um conjunto de habitação coletiva de caráter infra-humano", conta quase 30 anos --à época, a vila já vivia seu processo de deterioração, que, de lá para cá, só piorou.
Tozzi afirma que a construção poderia servir de centro de interesse, como um chamariz para a visitação de um complexo, instalado na quadra, para entretenimento e cultura.
Mas projetos desse tipo sempre esbarram na falta de recursos. Insistente, Tozzi convida interessados em investir na recuperação a procurá-lo (tel.: 0/xx/11/3862-2876).
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da Folha de S.PauloO passeio começa pela Bela Vista. As duas primeiras vilas apresentadas são tímidas, mas bem cuidadas. As casas das ruas jardim Francisco Marcos e jardim Heloisa têm elementos decorativos que remetem ao estilo enxaimel. Algumas estão descaracterizadas, ainda que não quebrem de todo a uniformidade visual.
A passagem é rápida. Mas antes de qualquer decepção, surge a mais surpreendente parada do roteiro: a vila Itororó. Erguida pelo tecelão português Francisco de Castro na década de 1920, a vila só se revela de todo quando o observador se aproxima de seu muro.
Em terreno íngreme, o palacete tem três andares. Passarelas ligam as portas à calçada.
Só depois de se livrar da incredulidade, o olhar se volta para os detalhes da construção.
São colunas longas, que aludem a templos gregos, cariátides, máscaras incrustadas nas paredes, leões e ornatos. Parte dos adornos veio do teatro São José.
O arquiteto Décio Tozzi, que, entre outros, projetou o parque Villa-Lobos, fez, em 1975, um plano de recuperação para a vila.
Ele a descreve como "um conjunto que reflete um aspecto incomum do
imigrante enriquecido e, nesse caso, imaginoso".
Como havia ali perto uma fonte de água de boa qualidade, o córrego Itororó, Francisco de Castro decidiu construir em sua vila uma piscina.
Assim, o local ficou célebre por ter a primeira piscina particular da capital. O projeto incluía casas de banho e um cassino, que acabou não saindo do papel.
Castro morreu tuberculoso, depois de gozar a vida sem muitas regras. Seus bens foram arrematados por uma fila de credores.
O destino da vila, a doação à Santa Casa de Indaiatuba, preveniu-a de ser descaracterizada, mas não de ser deteriorada.
A vila foi tombada em 2002 pelo Compresp (conselho municipal de defesa do patrimônio).
A proposta do arquiteto para recuperar a vila, "um conjunto de habitação coletiva de caráter infra-humano", conta quase 30 anos --à época, a vila já vivia seu processo de deterioração, que, de lá para cá, só piorou.
Tozzi afirma que a construção poderia servir de centro de interesse, como um chamariz para a visitação de um complexo, instalado na quadra, para entretenimento e cultura.
Mas projetos desse tipo sempre esbarram na falta de recursos. Insistente, Tozzi convida interessados em investir na recuperação a procurá-lo (tel.: 0/xx/11/3862-2876).
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