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16/08/2004
-
04h26
Itu (www.itu.sp.gov.br), distante 103 km de São Paulo, foi fundada em 1610, passou pelos ciclos das bandeiras, da cana-de-a- çúcar e do café e é hoje o maior dos oito municípios do Roteiro dos Bandeirantes: tem 150 mil habitantes, boa infra-estrutura e um centro histórico bem razoável.
Cheia de fazendas abertas aos turistas no seu entorno, entre as quais a do Chocolate (www.fazendadochocolate.com.br), que, remanescente do século 18, oferece trilhas e passeios a cavalo, a cidade encerra respeitável repertório de arquitetura imperial.
Construído em 1850 e reformado em 1867, o sobrado da família de Carlos e de José Vasconcelos de Almeida Prado, por exemplo, abriga o Museu Republicano "Convenção de Itu" (www.mp.usp.br/mr, tel. 0/xx/11/4023-0240), inaugurado em 1923 e ligado à Universidade de São Paulo (USP) desde 1963.
Há ali um acervo de móveis e quadros que reconta a efervescência republicana ocorrida em 1873. Em 18 de abril desse ano, realizou-se a reunião de fazendeiros, comerciantes e profissionais liberais ligados ao café que redundaria na criação do PRP (Partido Republicano Paulista) 16 anos antes de ocorrer a Proclamação da República. A entrada é franca.
Do mesmo período, o Regimento Deodoro, construção de 1867, deu guarida ao Colégio São Luís até 1917, quando a instituição foi transferida para a avenida Paulista, na capital. Desde 1918, o imóvel ituano hospeda o quartel do Exército. A Casa Imperial, de 1881, acolheu membros do clã Orleans e Bragança em 1884.
Recuando alguns séculos, a inspiração bandeirante volta à tona na Chácara do Rosário, de 1756, então adquirida por um sobrinho de Borba Gato e ora pertencente a um descendente do explorador.
As visitas de grupos a essa propriedade particular, distante 1,5 km do centro, na estrada que liga Itu a Salto, devem ser agendadas pelo tel. 0/xx/11/4023-0624.
Anjo mulato
Se o aparato profano não for suficiente para convencer o visitante, Itu se desdobra e oferta também uma série de relíquias sacras.
Menos recorrente do que a imagem de que tudo por ali tem dimensões exageradas, o título de "Roma brasileira" é atribuído à cidade em virtude da grande quantidade de igrejas que possui.
Entre os exemplares locais da fé católica, estão a igreja matriz Nossa Senhora da Candelária, de 1780, com mudanças arquitetônicas subseqüentes, e a igreja de Santa Rita de Cássia, de 1728.
O conjunto da igreja, do convento e do seminário de Nossa Senhora do Carmo é um outro ponto interessante. O templo foi inaugurado em 1782. Em 1828, a primeira torre da igreja ruiu. A atual, de 1861, assemelha-se a uma fortaleza.
O interior do prédio foi todo decorado com pinturas a óleo do padre Jesuíno do Monte Carmelo, o mais importante nome das artes plásticas paulistas no período colonial. Mestiço, ele pintou ali intencionalmente um anjo mulato, forma cifrada de protestar contra a discriminação racial.
Em 1797, quatro anos após ficar viúvo, Jesuíno, que era também mestre-de-obras, ordenou-se padre. Ele projetou a igreja do Patrocínio, atualmente algo descaracterizada, e morreu em 1819. A igreja foi inaugurada um ano depois por seus filhos, também ordenados.
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Autofagia à paulista: "Roma brasileira", Itu arrebanha Império e República
do enviado especial da Folha de S.Paulo ao interior de SPItu (www.itu.sp.gov.br), distante 103 km de São Paulo, foi fundada em 1610, passou pelos ciclos das bandeiras, da cana-de-a- çúcar e do café e é hoje o maior dos oito municípios do Roteiro dos Bandeirantes: tem 150 mil habitantes, boa infra-estrutura e um centro histórico bem razoável.
Cheia de fazendas abertas aos turistas no seu entorno, entre as quais a do Chocolate (www.fazendadochocolate.com.br), que, remanescente do século 18, oferece trilhas e passeios a cavalo, a cidade encerra respeitável repertório de arquitetura imperial.
Construído em 1850 e reformado em 1867, o sobrado da família de Carlos e de José Vasconcelos de Almeida Prado, por exemplo, abriga o Museu Republicano "Convenção de Itu" (www.mp.usp.br/mr, tel. 0/xx/11/4023-0240), inaugurado em 1923 e ligado à Universidade de São Paulo (USP) desde 1963.
Há ali um acervo de móveis e quadros que reconta a efervescência republicana ocorrida em 1873. Em 18 de abril desse ano, realizou-se a reunião de fazendeiros, comerciantes e profissionais liberais ligados ao café que redundaria na criação do PRP (Partido Republicano Paulista) 16 anos antes de ocorrer a Proclamação da República. A entrada é franca.
Do mesmo período, o Regimento Deodoro, construção de 1867, deu guarida ao Colégio São Luís até 1917, quando a instituição foi transferida para a avenida Paulista, na capital. Desde 1918, o imóvel ituano hospeda o quartel do Exército. A Casa Imperial, de 1881, acolheu membros do clã Orleans e Bragança em 1884.
Recuando alguns séculos, a inspiração bandeirante volta à tona na Chácara do Rosário, de 1756, então adquirida por um sobrinho de Borba Gato e ora pertencente a um descendente do explorador.
As visitas de grupos a essa propriedade particular, distante 1,5 km do centro, na estrada que liga Itu a Salto, devem ser agendadas pelo tel. 0/xx/11/4023-0624.
Anjo mulato
Se o aparato profano não for suficiente para convencer o visitante, Itu se desdobra e oferta também uma série de relíquias sacras.
Menos recorrente do que a imagem de que tudo por ali tem dimensões exageradas, o título de "Roma brasileira" é atribuído à cidade em virtude da grande quantidade de igrejas que possui.
Entre os exemplares locais da fé católica, estão a igreja matriz Nossa Senhora da Candelária, de 1780, com mudanças arquitetônicas subseqüentes, e a igreja de Santa Rita de Cássia, de 1728.
O conjunto da igreja, do convento e do seminário de Nossa Senhora do Carmo é um outro ponto interessante. O templo foi inaugurado em 1782. Em 1828, a primeira torre da igreja ruiu. A atual, de 1861, assemelha-se a uma fortaleza.
O interior do prédio foi todo decorado com pinturas a óleo do padre Jesuíno do Monte Carmelo, o mais importante nome das artes plásticas paulistas no período colonial. Mestiço, ele pintou ali intencionalmente um anjo mulato, forma cifrada de protestar contra a discriminação racial.
Em 1797, quatro anos após ficar viúvo, Jesuíno, que era também mestre-de-obras, ordenou-se padre. Ele projetou a igreja do Patrocínio, atualmente algo descaracterizada, e morreu em 1819. A igreja foi inaugurada um ano depois por seus filhos, também ordenados.
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