Sob pressão de petistas e aliados, o candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse ontem que fará um "governo de coalizão" com outros partidos caso seja eleito no domingo.
Ele demonstrou irritação com perguntas sobre a disputa antecipada por secretarias e citou os governos Lula e Dilma como modelos da divisão de cargos que pretende fazer em caso de vitória.
"Sobretudo o segundo mandato do presidente Lula foi um governo de coalizão. Entendo que é um bom critério dividir responsabilidade com toda a cidade", disse.
A Folha noticiou ontem que petistas e aliados já competem pelos mesmos cargos na eventual gestão Haddad. Políticos de PMDB, PSB e PP querem ocupar secretarias que também são cobiçadas pela legenda do candidato.
Além do PT, mais sete partidos têm ministérios no governo Dilma. Questionado se convidará outras siglas além das três coligadas e do PMDB, que aderiu no segundo turno, Haddad não respondeu.
"Não vou antecipar esse tipo de coisa. Acho indevido e desrespeitoso", disse.
Com 15 pontos de vantagem sobre José Serra (PSDB) no Datafolha, ele cometeu ato falho ao falar da divisão de cargos como "prefeito eleito". "Quem vai definir os critérios sou eu. O prefeito eleito é que escolhe sua equipe", disse,
O petista prometeu adotar padrões "rígidos" ao fazer as nomeações, mas não informou quais serão: "Vou anunciar depois da eleição".
Ele chamou a promessa do tucano de estender a validade do Bilhete Único para seis horas, apresentada na véspera, de "cópia malfeita" e "remendo" do seu projeto de instituir um bilhete mensal.
"É aquela mudança de última hora ao sabor de pesquisas eleitorais", disse.