A disputa pela Prefeitura de Salvador neste ano coloca em jogo o futuro do DEM na política nacional e as estratégias do senador tucano Aécio Neves (MG) para a corrida presidencial em 2014.
Combalida, a sigla aposta suas fichas na vitória de ACM Neto sobre Nelson Pelegrino (PT) para tentar minimizar derrotas recentes nas urnas.
Em eventual vitória de ACM, neto do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), o partido derrotaria nome apoiado por Lula e pela presidente Dilma Rousseff e ganharia o terceiro maior colégio eleitoral do país.
Pesquisa Ibope da semana passada mostrou ACM com 47%, ante 39% de Pelegrino.
Uma derrota de ACM no domingo pode apressar discussões sobre o futuro do DEM.
Integrantes da sigla descartam fusão. O cenário mais provável é de dispersão para siglas como PMDB e PSDB.
"[O DEM] passou por momentos difíceis e conseguiu superar esses momentos. Não está com o seu futuro veiculado ao resultado daqui", diz ACM Neto, que tem sido cortejado pelos tucanos.
Para Aécio Neves, uma derrota de ACM Neto poderia apressar a ida dele para o PSDB. O próprio tucano avalia que é importante manter o deputado no DEM, como forma de fortalecer a legenda para continuar aliada aos tucanos em 2014.
O DEM elegeu 275 prefeitos no primeiro turno, queda de 44% em relação a 2008. Aracaju, com João Alves Filho, foi a única capital.
Nos últimos anos, a legenda se envolveu em dois escândalos de repercussão nacional: o mensalão do Distrito Federal e a recente cassação do então senador Demóstenes Torres (GO).
Houve também a criação do PSD, dissidência montada em 2011 pelo prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.
O presidente do DEM, José Agripino, diz que, em caso de vitória, Salvador "será a grande vitrine que o partido vai expor para o Brasil."
"A sobrevivência está garantida. Ganhamos Aracaju (SE), Feira de Santana (BA) e Mossoró (RN)", afirma.
As doações dos partidos refletem as fichas em jogo: o DEM repassou R$ 3,6 milhões para ACM Neto; o PT naciona, R$ 712 mil para Pelegrino.
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