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25/02/2011 - 16h19

Manifestantes voltam às ruas do Bahrein para exigir reformas

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Dezenas de milhares de manifestantes antigoverno se reuniram nesta sexta-feira na capital do Bahrein, Manama, em uma tentativa de aumentar a pressão por concessões políticas antes da possível realização de conversações para encerrar quase duas semanas de protestos e confrontos no pequeno país do golfo Pérsico.

Ao menos duas grandes procissões convergiram-se na praça da Pérola, no centro da capital, que se tornou o foco da revolta por mudanças democráticas. Forças de segurança não fizeram nenhuma tentativa imediata de impedir as marchas em um aparente sinal de que os governantes bareinitas não querem arriscar mais derramamento de sangue e denúncias por seus aliados ocidentais.

O Bahrein é o primeiro Estado do golfo a ser atingido pelo tumulto no mundo árabe, parte de uma onda por mudanças.

A revolta é altamente significante para Washington porque o Bahrein está no centro de sua estratégia militar para a região --a quinta frota naval americana está estacionada lá. Trata-se do principal contrapeso do Pentágono na região contra as ambições militares crescentes do Irã.

Ao mesmo tempo, a monarquia sunita do Bahrein está sob pressão da Arábia Saudita e de outros governantes do golfo para não ceder a manifestantes liderados por xiitas, temendo que isso possa criar mais apoio ao Irã.

Adam Jan/AFP
Manifestantes xiitas antigoverno participam de procissão em memória a mortos por repressão no Bahrein
Manifestantes xiitas antigoverno participam de procissão em memória a mortos por repressão no Bahrein

Os xiitas representam 70% de um total de 525 mil habitantes do Bahrein, mas há muito reclamam de discriminação sistemática e outros abusos pela dinastia sunita que governa o país por mais de dois séculos.

Como ponto de partida de possíveis conversações, muitos manifestantes pediram para que a monarquia renuncie à maioria de seus poderes e privilégios a um Parlamento eleito.

O governo declarou esta sexta-feira como um dia de luto pelas sete pessoas mortas em confrontos no país desde 14 de fevereiro.

Muitos manifestantes empunhavam a bandeira vermelha e branca bareinita, gritando frases como: "Sem diálogo antes que o governo seja dissolvido" e "Pelo futuro do Bahrein, não temos medo de sermos mortos".

As marchas ocorreram após um sermão do clérigo xiita sênior Isa Qassim, que afirmou que qualquer diálogo entre manifestantes antigoverno e os governantes do reino deve levar a mudanças e reformas claras.

"Não queremos diálogo pelo bem do diálogo. Não queremos diálogo para absorver a raiva. Queremos um processo significativo, viável e sustentável. Queremos uma mudança fundamental para o atual processo político baseada em demandas legítimas", afirmou.

NEGOCIAÇÕES

Autoridades bareinitas têm oferecido negociações com grupos de oposição para tentar amenizar a crise, mas a oposição parece não estar com pressa de conversar com o príncipe xeque Salman bin Hamad al Khalifa, que foi designado pelo rei para liderar o diálogo.

Os líderes da oposição xiita oficial disseram que não estão se recusando a conversar, mas que querem garantias de que as palavras dos governantes serão seguidas por ações após os encontros.

Sua principal demanda é a renúncia do governo que é responsável pelo banho de sangue da semana passada e que é liderado pelo mesmo primeiro-ministro --que é tio do rei-- por 40 anos.

Outras demandas incluem a abolição dos privilégios da monarquia em definir políticas e apontar todos os postos políticos principais, e responder às reclamações de que os xiitas são discriminados, mesmo representando 70% de um total de 525 mil cidadãos bareinitas.

###CRÉDITO###

 

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