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29/10/2012 - 07h00

Leitora defende internação compulsória de viciados em crack

LEITORA ADRIANA SILVA DE MORAES
DE SÃO PAULO

Sou psicóloga e estudo a dependência química. No momento faço um trabalho com dependentes em recuperação, todos motivados para se manter em abstinência, mas sou a favor da internação compulsória para aqueles que perderam o poder de decisão. Eles não cogitam a mudança, sua única prioridade são as drogas. Não vejo outra saída, somente a internação.

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O consumo de cocaína e crack avançou rapidamente em nosso país, aumentando os números da violência e criminalidade.

O usuário sem trabalho e sem dinheiro para a manutenção do vício passa a praticar assaltos e cometer outros delitos, ações criminosas, sempre com objetivo de conseguir a substância de sua preferência.

O Brasil é o maior mercado consumidor de crack do mundo, de acordo com os dados da pesquisa do Segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas.

O crack tem se tornado a droga mais destruidora de vidas e famílias na atualidade. Fumar o crack é a via mais rápida de fazer com que a droga chegue ao cérebro e provavelmente esta é a razão para a rápida progressão e para a dependência.

A internação compulsória, que tem como diferencial a avaliação de um juiz, é usada nos casos em que a pessoa esteja correndo risco de morte devido ao uso de drogas ou de transtornos mentais.

Vejo isso como uma medida de segurança. Esse tipo de internação pode tirar os dependentes químicos da situação de risco e acredito ser a alternativa mais correta e segura.

Apu Gomes - 18.out.2012/Folhapress
Usuario de Crack de 28 anos, consome a droga acompanhado de uma jovem de 16 anos da Nova Cracolandia
Usuario de Crack de 28 anos, consome a droga acompanhado de uma jovem de 16 anos, na Nova Cracolandia

Temos que analisar se o doente nesse momento é capaz ou incapaz, necessita ou não ser internado, se oferece perigo a si e aos que estão ao seu lado. O assunto é sério e estamos falando de drogas psicoativas que interferem na capacidade mental e que estão colocando os usuários e outros em riscos.

Apesar dos prejuízos causados pela droga, muitos não percebem e continuam fazendo uso da substância.

É preciso capacitar os profissionais de saúde para atenderem os usuários de crack. Não adianta internar e não dar assistência.

Os profissionais devem ter em mente o que é o crack, como é seu uso, qual o caminho e as consequências da droga no organismo e como lidar com as situações de alto risco. Aqueles que lidam diretamente com os usuários da droga, deveriam se dedicar as leituras de pesquisas realizadas e livros sobre tratamento do viciado.

Enfim, temos que nos prepararmos para melhor atendê-los.

Muitos leitores vão dizer que a nossa Constituição garante o direito de ir e vir, mas acredito que nesse momento o mais importante é o direito a vida, a saúde, a segurança, o bem estar e ao tratamento.

 

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