Homofobia, Palocci, MEC, FMI, X-tudo, câncer de mama, universidades em greve
Homofobia
A Folha repete em editorial ("Homofobia no Senado", Opinião, 17/5) a posição de manter reservas ao projeto de lei que criminaliza a homofobia no Brasil, em nome da liberdade de expressão. Tenho que discordar do jornal.
A liberdade de expressão não deve servir de salvo-conduto para alguém atacar, mesmo que verbalmente, qualquer grupo da sociedade. É o mesmo que defender que um racista tenha o direito de divulgar a intolerância e o preconceito contra negros, por exemplo.
Essa posição do jornal só serve de combustível aos grupos mais retrógrados que atuam no Congresso e que não admitem a diversidade na questão da orientação sexual.
CARLOS ALBERTO RAMALHO (São Paulo, SP)
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Palocci
Não é a primeira vez que o atual ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, se vê envolvido em escândalos e/ou acusações. Seria válida a justificativa dada pela Casa Civil (Poder, 18/5) em sua defesa? A experiência no governo é tão fabulosa a ponto de aumentar o patrimônio pessoal de uma pessoa em 20 vezes em apenas quatro anos? Que nos passem a fórmula.
DIÊGO THOMAS SILVEIRA (Carmo da Mata, MG)
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Segundo a informação revelada pela Folha (Poder, 15/5), os R$ 7,5 milhões de Palocci representam apenas o que foi gasto com a compra do seu escritório e do seu apartamento em São Paulo. Isso é consistente com um patrimônio muito maior.
FERNANDO TADEU CALDEIRA BRANDT (São Paulo, SP)
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MEC
Alguns professores universitários estão defendendo o MEC na questão sobre o material que recomenda não corrigir erros gramaticais de português. Seria a evolução da língua.
De fato, no tempo das cavernas, o ser humano apenas emitia grunhidos e gemidos. A comunicação foi evoluindo e surgiu a língua, a possibilidade de usar sons distintos para identificar objetos e registrar situações. O correto aprendizado e o uso de um idioma também ajudam a desenvolver áreas do cérebro e, creio eu, não é coincidência que os povos tecnologicamente mais avançados são justamente aqueles cujos idiomas requerem um aprendizado e uma disciplina mais aprimorados. Alguns idiomas primitivos não tinham plural, a repetição da palavra indicava o plural.
O que o MEC propõe é uma involução, um movimento para trás. Quanto ao preconceito linguístico, temo que, no futuro, sejamos obrigados a falar de maneira tosca e aplaudir asneiras, para não sermos preconceituosos. Assim, os ignorantes se tornarão cada vez mais ignorantes e submissos, enquanto ex-ministros, com alto valor no mercado, continuarão cada vez mais ricos.
CELSO FRANCISCO ALVARES LEITE (Limeira, SP)
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FMI
Outra farsa dos EUA esta entre o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, e uma camareira (Mundo, 18/5). Será que as pessoas não percebem as contradições e os interesses em jogo em tal história? É impressionante o massacre da mídia e sua versão única, sem permitir nenhum outro acesso a Strauss-Kahn e à camareira.
ANTONIO NEGRÃO DE SÁ (Rio de Janeiro, RJ)
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X-tudo
Sacanagem o jornalista Fernando de Barros e Silva ter associado o sanduíche do "Bar do Titão", em Serra Negra, ao PSD de Gilberto Kassab, em sua coluna de 18/5 ("X-tudo do Kassab", Opinião). Afinal, como antigo frequentador do extinto boteco, posso lhes garantir que o "X-tudo do Titão" era mais palatável e menos indigesto do que o atual prefeito de São Paulo.
MARCIO ACCORSI (Serra Negra, SP)
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Câncer de mama
Discordo do conteúdo da carta do médico Ronaldo Corrêa, do Instituto Nacional de Câncer, quanto a ser despiciente o autoexame na mama para detectar câncer ("Painel do Leitor", 18/5).
Fiz mamografia e ultrassonografia preventivas em 2006. Estava, pois, em dia com os exames. Em agosto de 2007, fiz o autoexame, que eu sempre considerei algo de somenos. Nunca o tinha feito em minha vida. Estava sempre com os exames convencionais em dia, depois dos 40 anos.
Detectei um caroço e imediatamente consultei uma médica que me mandou fazer dois exames. O médico que fez a ultrassonografia me disse que eu estava ótima. Respondi que não, tinha um caroço na mama. Resultado: câncer dos bravos, invasivo.
Se não tivesse feito o autoexame, a ultrassonografia teria dado normal e hoje talvez estivesse com metástase ou sem o seio ou quiçá morta. Depois disso, percebi o quanto é necessário o autoexame.
NELI APARECIDA DE FARIA (São Paulo, SP)
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Universidades em greve
O governo da Bahia publicou o decreto 12.583 em 9 de fevereiro de 2011, institucionalizando a intervenção nas universidades. Em resposta ao decreto que avilta a autonomia e tenta submeter os estudantes, professores e funcionários a um regime de controle autoritário, os professores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, antecedidos por diversas paralisações organizadas pelos estudantes, entraram em greve, que já perdura há mais de um mês.
No dia 28 de abril, de modo irregular, o governador Jaques Wagner cortou os salários dos professores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, da Universidade Estadual de Feira de Santana e da Universidade Estadual de Santa Cruz. A Universidade do Estado da Bahia, após as demais, também entrou em greve. A resistência vem crescendo, e o desgaste do governo, aumentando.
A violação da autonomia universitária tem levado os seguimentos das universidades estaduais baianas, em última instância, a declarar greve contra as práticas do governo de Jaques Wagner. Ela não é um fato novo, mas uma avalanche que afeta as atividades-fim das universidades desde que foram criadas. Quase sempre as comunidades universitárias responderam à altura com greves. Mas, desta feita, precisamos ir além, combater em todas as frentes para desmontar um esquema bem mais amplo no qual a autonomia universitária se apresenta como a ponta de um iceberg.
ITAMAR PEREIRA DE AGUIAR, professor de filosofia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Vitória da Conquista, BA)
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