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28/06/2008 - 02h30

Bolsa Família, Ruth Cardoso, lei seca, pedágio, transporte

da Folha Online

Bolsa Família

"Como assinante da Folha e crítico do Bolsa (esmola) Família, não acho correto colocar em manchete principal no dia 26/6 'Bolsa Família sobe acima da inflação em ano de eleições'.
Afinal de contas, num ano em que o arroz e o feijão sofreram um reajuste de 62% e a cesta básica 32%, seria mais honesto dar essa informação. Se o objetivo (ou preocupação) é os votos que essa medida pode render, seria correto afirmar que o pobre, que depende desse beneficio, não pode parar de comer só porque é um ano eleitoral.
Penso que essa é uma manchete, no mínimo, muito infeliz; mas com traços bem mais rançosos."

CLOVIS DEITOS (Campinas, SP)

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"A oposição, que sempre classificou de eleitoreiro qualquer atitude do governo que beneficie a população, agora elogia o reajuste dado ao Bolsa Família ('Oposição elogia reajuste acima da inflação', Brasil, 26/6). Agora que ACM Neto e outros oposicionistas, candidatos em suas cidades, estão subindo ao palanque, o Bolsa Família vai se transformar em suas plataformas eleitorais. Realmente fica difícil manter uma posição de combate àquilo que beneficia os mais necessitados, principalmente em época de eleição."

BENJAMIN EURICO MALUCELLI (São Paulo, SP)

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Ruth Cardoso

"Ruth Cardoso deixou um importante legado intelectual e moral. Sua ausência se fará sentir na reflexão acadêmica, na análise das políticas sociais e nos fóruns que questionam a permanência da desigualdade e da injustiça."

ANTONIO LAVAREDA, sociólogo (São Paulo, SP)

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"Dona Ruth Cardoso sempre esteve no topo da pirâmide social do Brasil. Despojada, pois a soberba não era um traço de sua personalidade, priorizava fazer o que mais gostava que era lecionar, formar mestres e cuidar dos problemas sociais. Não se deixou contaminar, como primeira-dama, pela futilidade de pessoas que o cargo às vezes a obrigava a conviver.
Sua maneira simples, mas elegante, de se vestir, pentear e agir fazia com que ela recebesse chefes de Estado e governo, reis e rainhas, personalidades poderosas do mundo, com a maior naturalidade, pois com sua educação e cultura se igualava a qualquer um deles. No dizer popular, 'ela era mais ela'.
O Brasil, necessitado de mulheres de caráter e sabedoria no governo e fora dele na condução de programas sociais, chora sua morte, já sentindo a grande falta que fará à sociedade brasileira."

ANA ROSA BELLODI (São Paulo, SP)

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"Com a morte da senhora Ruth Cardoso, o Brasil e os brasileiros perdem, nos últimos 20 anos, aquela que se tornou realmente a primeira-dama do Brasil.
Não gostava de ser chamada de primeira-dama. Extraordinariamente inteligente, jamais ultrapassou os limites de discrição. Nunca participou de reuniões de ministros e, em solenidades onde sua presença era obrigatória, sentava-se sempre nos lugares comuns.
Antropóloga, fluente em inglês, mestre e doutora em filosofia, escreveu vários livros e artigos em jornais e revistas.
Sóbria, distinta e culta, exerceu as funções de uma notável e única primeira-dama. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso perdeu, com a morte da senhora Ruth Cardoso, sua mulher, a vivência e uma harmonia de intelectualidade de mais de 50 anos.
Nós, brasileiros, perdemos o convívio de uma e única primeira-dama que o Brasil teve nos últimos 20 anos."

JARBAS ALVES BRANDÃO (São Paulo, SP)

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Álcool ao volante

"Toda lei, para ser eficaz, tem que fornecer ao Estado mecanismos que permitam fiscalizar e punir exemplarmente seus infratores. Não é o que acontece no Brasil com as leis de trânsito e muitas outras. O policiamento desapareceu das cidades e rodovias do Estado de São Paulo. Ficaram os radares fixos, conhecidos pelos usuários das rodovias e cidades, logo ineficazes como bloqueadores das infrações de trânsito. Bandeirantes, Anhangüera, Castelo Branco, Anchieta, Imigrantes etc. Como resultado, milhares de acidentes em nossas rodovias e cidades. Manter a velocidade máxima permitida é uma missão quase impossível que envolve riscos cada vez mais elevados pelo grande número de enormes carretas e carros em velocidades bem superiores ao limite estabelecido. Em viagem recente pela SP-300, entre Itu e a Bandeirantes, para citar apenas um caso entre todas as minhas viagens, onde o limite é de 100 km/h, fui 'perseguido' por um caminhão que nas descidas ia a mais de 130 km/h, sendo que fui ultrapassado diversas vezes. E a Polícia Rodoviária? Desapareceu. Agora temos a 'nova lei' do álcool com o uso de bafômetros. Só mesmo rindo para não chorar. Este definitivamente não é um país sério."

MÁRCIO MÉDICE DE CAMARGO (São Paulo, SP)

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"Li a entrevista na Folha com o major Ricardo Fernandes de Barros. Fiquei abismada com a cara-de-pau que as pessoas tomam uma causa em detrimento de outra para aparecer na mídia. Tirar do trânsito motoristas alterados por qualquer substância, despreparados para dirigir ou com intenções criminosas atrás de um volante, é correto e louvável. Mas colocar PMs à paisana para brincar de espião e 'pegar' pessoas saindo de bares é no mínimo ridículo. As pessoas embriagadas devem ser reprimidas sistematicamente, e não com armadilhas que, além de servirem apenas para criar factóides, pois não funcionam abrangendo toda a cidade, tiram das ruas ou locais mais perigosos policiais que deveriam fazer a guarda ostensiva dos cidadãos. Acho que essa também deve ser o pensamento de uma pessoa conhecida que, ao ser assaltada em um farol da zona sul (próximo de onde os policiais querem brincar de espiões) ainda levou um soco na cara do assaltante. Também fui assaltada há mais de um ano na mesma região e quando ainda estava grávida. Nunca vi policiais no local."

ANA LUCIA TANGANELLI (São Paulo, SP)

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"Como noticiado na Folha, a lei seca aprovada no Brasil é uma das mais rigorosas do mundo, tão rigorosa que a ingestão de dois bombons com recheio de licor pode significar para o motorista uma multa de R$ 955, sete pontos na carteira de habilitação e suspensão do direito de dirigir por um ano. Mas a lei seca não é apenas rigorosa, ela revela uma tendência paternalista perigosa do Estado contemporâneo: em nome da redução de riscos e da segurança, o Estado tende a tutelar cada vez mais os seus cidadãos, em vez de responsabilizá-los por seus atos. Por que não responsabilizar apenas o cidadão que cometeu o crime de trânsito com penas mais rigorosas, em vez de tutelar todos como se fossem incapazes punindo-os antes dos crimes de trânsito? Dirão que apenas punindo antes é que se pode prevenir o acidente, mas assim se está excluindo totalmente a possibilidade de juízo do cidadão a respeito de se ele pode dirigir ou não nesta situação e responder por seus próprios atos. A lei seca é uma espécie de 'ataque preventivo' do Estado contra os acidentes de automóvel. A prevenção de riscos muitas vezes se dá às expensas da liberdade e, como tem prevalecido o vocabulário da prevenção de riscos, temo que o equilíbrio entre liberdade e segurança almejado pela república democrática esteja dando lugar a um Estado 'Big Brother' que tutela os cidadãos em nome de sua segurança. É uma espécie de despotismo brando, pois passa despercebido em meio a mudanças graduais e muitas vezes bem intencionadas."

JEAN GABRIEL CASTRO DA COSTA, doutorando em ciência política pela USP (São Paulo, SP)

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Aumento de pedágios

"O governo do PSDB em São Paulo diz que o pedágio rodoviário no Estado é caro porque é sistema de concessão onerosa e as nossas estradas são as melhores do país. Mas sempre foram, mesmo quando o Estado era muito mais pobre! Que a passagem de ônibus intermunicipal é proporcionalmente mais cara porque as distâncias percorridas pelos ônibus são menores em relação às linhas federais. Mas e a grande quantidade de passageiros e a melhor infra-estrutura, não contam? Que o IPVA é mais caro porque outros Estados fazem concorrência predatória. Pois é, quem não tem competência que não se estabeleça! Enfim, há quase 15 anos que se ouve essas histórias que explicam, mas não justificam. Chega de PSDB e de PT no poder!"

LUIZ ANTONIO DA SILVA (São Paulo, SP)

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Política

"Quero parabenizar a jornalista Eliane Cantanhêde pela coluna publicada no dia 27/6. Reuniu, em poucas linhas, sensibilidade, objetividade e um sentimento que acredito ser comum em todos aqueles que acompanham a vida nacional: qual será, então, o futuro da política brasileira, visto que a nossa reserva de lideranças, nesta área, está se esgotando? Devemos ainda ter esperanças?"

MARCO ANTONIO HATEM BENETON (Sorocaba, SP)

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Transportes

"Às vezes é preciso estar do lado de fora para enxergar melhor o que se passa aqui dentro. Excelente a entrevista de Paulo Custódio sobre a modernização do transporte público chinês e sua influência no trânsito.
É triste, por outro lado, verificar que tantas coisas que aprendemos e ensinamos aqui só se realizam no exterior. De maneira simples e econômica. São Paulo faz planos de corredores de ônibus (na verdade, de trólebus) desde a administração Olavo Setubal, 30 anos atrás. Mas o que temos hoje é lastimável.
Na década de 80, o engenheiro Hollar Cafagni e eu visitamos quase toda a América Latina, divulgando os conhecimentos já aqui adquiridos, através do convênio com o Sebrae. Mais tarde, outros executaram algumas propostas, como ocorreu no Equador e na Colômbia, onde o Transmilênio foi desenvolvido por brasileiros. Parabéns Custódio!"

ADRIANO MURGEL BRANCO, ex-secretário dos Transportes do Governo Montoro (São Paulo, SP)

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Zimbábue

"O princípio da não-intervenção invocado pelo Ministério das Relações Exteriores para justificar sua falta de coragem em denunciar e expressar publicamente repúdio às atrocidades praticadas pelo ditador Mugabe, do Zimbábue, mostra mais uma das fraquezas do atual governo. O governo Lula não é capaz de agir concretamente contra as atrocidades em nosso próprio país --vejamos o caso do morro da Providência. Quem dirá, então, empunhar uma bandeira em favor dos direitos humanos em países longínquos como Tibete e Zimbábue. Nunca antes na história deste país fomos tão omissos."

ADALBERTO OLIVEIRA DO NASCIMENTO (Barueri, SP)

 
 

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