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08/10/2010 - 02h30

Eleições, bicho de estimação, educação

DE SÃO PAULO

Eleições

Por que Marina Silva rejeita a possível participação no governo de José Serra através das pastas do Meio Ambiente, Minas e Energia, Cidades e Educação, conforme anunciado no "Painel" de 06/10)?
Só vejo problemas no "apetite por cargos" se estes forem ambicionados para obter proveito próprio ou partidário. Se alguns integrantes do PV tem competência para assumir os referidos ministérios e podem colaborar democraticamente para o governo do país, por que não? A política prevê coalizões e, se essas forem para benefício coletivo, qual o problema? Para sua candidatura em 2014, talvez fosse mais vantajoso conservar-se numa posição idealizada e não ativa. Com essa atitude pode ser que Marina ganhe pontos para si mesma, mas não me parece pensar no país --que não precisa esperar 2014 para conhecer e avaliar o real potencial de suas proposições e de seus partidários.

ANDRÉA FINOCCHIARO PENTEADO ROCHA (São Paulo, SP)

*

Acho correta a posição do sr. Alfredo Sirkis com relação à postura do PV e de Marina Silva no segundo turno das eleições.
Marina e o PV não podem ser tratados como politiqueiros. Marina tem que ser respeitada pelo que é e pelo que conseguiu mostrar no último pleito. Acredito que tomarão a posição correta.

JOSÉ PAULO PEREIRA (Taubaté, SP)

*

Marcelo Coelho, um dos melhores articulistas da Folha, no artigo "Mistérios de Marina" "pisou em ovos" e não teve coragem suficiente para chegar ao âmago da questão, certamente temendo o patrulhamento com que serão recebidos todos aqueles que criticarem a "Santa Marina".
O que ele deixou de dizer --apesar de querer dizê-lo-- é que Marina representa, na verdade, o que há de mais atrasado em nossa política: é visceralmente contra o aborto em qualquer situação (feto anencefálico e gravidez advinda de estupro --descriminalização nem pensar); é absolutamente refratária à convivência entre pessoas do mesmo sexo (falar em legalização dessa convivência é suprema heresia) e considera o homossexualismo uma doença; é contra as pesquisas com células troncos de qualquer natureza e por aí vai. Seu único "progressismo" há muito já se tornou uma necessidade premente para qualquer planejamento de governo: preservação do meio ambiente, sustentabilidade etc. Até porque se esta questão não receber um tratamento igualmente prioritário, em tempo muito curto a natureza se incumbirá de nos lembrar disto pelo lado pior: as catástrofes climáticas de toda espécie e intensidade.
Temos de erguer as mãos para o céu por Marina ter somente os seus 19% de fama, pois um governo com ela faria regredir este nosso dolorido país ao estágio de atraso de países fundamentalistas como, por exemplo, o Irã.
Que Alá seja louvado.Temos Dilma ou Serra para nos salvar desse inferno verde.

JOSÉ SALLES NETO (Brasília, DF)

*

A questão do aborto não é a única pauta no 2º turno. Não se pode esquecer o cerceamento à imprensa que o governo atual quer impor. Está tudo escrito no PNDH 3, cujo conteúdo impositivo e autoritário passou pelas mãos e mente da candidata Dilma.
Não adianta vestir uma fantasia de "paz e amor" agora, para depois tirá-la sem nenhuma cerimônia.
Espero que o eleitor brasileiro não se iluda.

FERNANDA COSTA (Jacarei, SP)

*

Não acho que descriminalizar o aborto signifique aumento dessas ocorrências. Se a mulher contar com aconselhamento psicológico e com apoio antes de tomar sua decisão, possivelmente diminuirão os casos. Se o acompanhamento persistir após ela ter feito o aborto ou assumido a gravidez, certamente ajudará as mulheres a seguirem seus caminhos com menos peso. Uma bolsa maternidade prolongada ajudaria.
Serra está na condição de possibilitar que milhares de mulheres tenham apoio quando forem deixadas sozinhas por seus inocentes parceiros, esses que abortam dizendo "eu não quero esse filho". Caso Serra incluísse o tema em seu programa de governo, o eleitor de qualquer religião teria de entender que o Estado é laico. Com Serra e Dilma falando a mesma língua ganharíamos na defesa da vida da mulher, na defesa da vida de seus filhos ameaçados, na defesa dos que nascem e na colocação das instituições em seus devidos lugares.

MÁRCIA INTRABARTOLLO (Ribeirão Preto, SP)

*

Parabéns ao promotor do Ministério Público de São Paulo, dr. Maurício Ribeiro Lopes, na defesa da moralidade no âmbito do serviço público e no esclarecimento perante à opinião pública brasileira da suposta condição de analfabetismo do Tiririca, além da suspeita de "fraude gravíssima" na declaração de que sabe ler e escrever.
Verdadeira calamidade neste país é você estudar a vida toda, exaurir quase ao limite seus recursos físicos e financeiros, correr atrás de formação condigna, ralar noites e noites adentro estudando para concurso e, depois de passar e tomar posse, verificar, estupefato, os apaniguados, apadrinhados políticos, parentes e amigos dos parentes, todos aboletados no serviço público, entrados pela "janela" e lá instalados com soberba e prepotência graças aos padrinhos que os garantem.
Exemplos como o dr. Maurício dão-nos esperanças que as coisas, pouco a pouco, mudem e sobrevenha a moralidade no serviço público brasileiro, em todos os poderes e em todos os níveis, cancro histórico a minar todas nossas instituições em prejuízo da qualidade nos serviços de atendimento ao público em geral.

HERMES ESPÍNDOLA JÚNIOR (Santo Amaro da Imperatriz, SC)

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Estimação

Uma relação que começa com "meu bem" e acaba com "meus bens" ganhou um novo personagem na contenda judicial. O bichinho de estimação. Tramita na Câmara um projeto, de autoria do deputado Márcio Franca (PSB-SP), que regulamentará com quem ficará a guarda do animal de estimação em caso de separação judicial.
Por incrível que possa parecer, a legislação atual trata o animal de estimação como um bem do casal, ficando com aquele que apresentar documentação de posse. Mas com a aprovação do novo projeto aquele que tiver melhores condições e mais afinidade ficará com o "pimpolho".
Antes de o Tiririca me contar já descobri o que faz um deputado. E este sabe ler e escrever.

JOSÉ CARLOS PEREIRA DE CARVALHO (Rio de Janeiro, RJ)

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Flexíveis

O editorial "Opinião flexível", em sua análise, afirma que lideranças do PT, neste segundo turno das eleições 2010, correm atrás do prejuízo eleitoral, tratando de reescrever a posição do partido no que diz respeito ao aborto.
Interessante observar que semelhante atitude tomou o então presidente da República, sociólogo Fernando Henrique Cardoso, após publicar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) em 20 de dezembro de 1996.
O artigo da LDBEN dispunha: "O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, sendo oferecido, sem ônus para os cofres públicos...".
Sob pressão da Igreja Católica (CNBB), passados apenas sete meses de vigência da LDBEN, o presidente FHC sancionou nova lei em 22 de julho de 1997, alterando o artigo 33 da LDBEN, de 1996, excluindo a expressão "oferecido sem ônus para os cofres públicos", ignorando a laicidade que compreende a separação entre Igreja e Estado.
Comporta evocar o excelente artigo intitulado "Lobby cristão e casamento gay", de autoria do eminente jornalista Contardo Calligaris.

* RODOLPHO PEREIRA LIMA*, membro efetivo da Academia Bauruense de Letras (Bauru, SP)

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Educação

O tempo passa, surgem cotas nas universidades públicas, e o problema persiste. Infelizmente, para ser aprovado no vestibular de uma faculdade pública são necessários muitos recursos com cursinhos, além de tempo para se dedicar aos estudos. Tempo que os estudantes desprovidos de recursos não têm. Assim, ainda quando têm sorte, são obrigados a ir para as particulares e trabalhar para pagar as mensalidades (quando conseguem).
As universidades públicas, quando oferecem oportunidades para membros de famílias de baixa renda são nos famosos cursos "esquecidos" e com pouca procura no mercado de trabalho.
Por mais esforço que o governo faça a universidade pública continua excludente e elitista, e não abre as portas para os alunos com poucos recursos.

EDSON ESPOSITO (Campinas, SP)

 
 

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