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Onda de protestos, Copa América, "News of the World", BNDES
DE SÃO PAULO
Onda de protestos
Ao ler a reportagem "'Primavera Árabe' chega ao Chile com estudantes" (Mundo, 18/7), me perguntei: quando os estudantes brasileiros e o povo em geral sairão desta pasmaceira e irão às ruas, fazendo a "Primavera Brasileira"?
Não é possível que não entremos em ebulição, exigindo apuração sistemática de esquemas de corrupção e rápidas medidas punitivas contra corruptores e corruptos. É bom lembrarmos que se existem corruptos é porque existem corruptores. Ou se elimina a praga da corrupção no país ou continuaremos a ter de conviver com ela, sentindo no nosso bolso os seus efeitos maléficos.
GERSON ALVIM PESSOA (Belo Horizonte, MG)
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Copa América
Argentina e Brasil fora da competição (Esporte, 18/7). Venezuela, Peru, Paraguai e Uruguai classificaram-se para as semifinais. Azar? Destino adverso? Fatalidade? Não, para quem lembrar que, um ano atrás, na África do Sul, Argentina e Brasil foram eliminados nas quartas, enquanto o Paraguai sucumbia heroicamente ao time que viria a ser campeão mundial e o Uruguai chegava quase lá, classificando-se em quarto lugar. Que a América Latina dos atacantes fenomenais tenha virado um continente de abnegados zagueiros e heroicos goleiros, quem sabe? Talvez certas camisas pesem demais, assim como os contratos milionários de quem prefere preservar suas valiosas canelas a honrar as cores que veste.
FABRIZIO WROLLI (São Paulo, SP)
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"News of the World"
Sean Hoare, o jornalista do "News of the World" que denunciou os grampos telefônicos na Inglaterra foi achado morto (Mundo, 18/7). Uma morte natural ou uma morte com finalidades pedagógicas, como a relembrar a todos que afrontam a lei e que sabem demais que a alma do negócio é o silêncio?
No Brasil, por mais denúncias de corrupção que existam na política, não temos esse problema, pois, no geral, todos aqueles envolvidos em maracutaia fazem boquinha de siri.
MARA MONTEZUMA ASSAF (São Paulo, SP)
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BNDES
A fusão entre empresas e grupos empresariais, ou a incorporação de um pelo outro, é comum, quase nunca por opção, mas para manter a sobrevivência de ambos ou de um deles. A recente tentativa de fusão entre o Grupo Pão de Açúcar com o Carrefour (Mercado, 17/7) seria absolutamente normal se não fosse a tentativa de despejar uma montanha de dinheiro púbico para viabilizá-la, em financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Os que se opuseram ao financiamento argumentavam exatamente que a política desenvolvimentista social, intrínseca ao banco, não respaldaria um grande empréstimo para empresas do porte das envolvidas. Já pelo lado dos favoráveis ao empréstimo, além de defenderem que haveria a criação de novas vagas, garantiria a manutenção dos empregos atuais.
Caso o financiamento do BNDES tivesse se concretizado, teriam sido entregues a dois gigantes da iniciativa privada alguns bilhões do dinheiro da sociedade brasileira que, como compensação imediata, teria apenas o aumento de preços em consequência da concentração de mercado e da falta de concorrência.
Independentemente do nome e da finalidade do banco, da nomenclatura dada a tal repasse de dinheiro público a gigantes de empresas privadas, se financiamento, empréstimo, garantia, o mais importante foi ter prevalecido a vontade da sociedade, uma exceção que deveria se transformar em regra.
PEDRO CARDOSO DA COSTA (São Paulo, SP)
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