A temperatura média global no início de junho —mês em que começa o verão no hemisfério norte— registrou um recorde por uma "margem substancial", informou o serviço de observação europeu Copernicus nesta quinta-feira (15).
"O mundo acaba de viver o início de junho mais quente já registrado, depois de um mês de maio que foi apenas 0,1°C mais fresco que o recorde para esse período", afirmou no comunicado a diretora adjunta do centro sobre mudança climática do Copernicus, Samantha Burgess.
O texto afirma que a temperatura média do ar na superfície do planeta nos primeiros dias do mês foi a mais alta registrada e ficou muito acima da média anterior. O índice vem após um maio em que a temperatura da superfície oceânica também foi recorde.
Os dados coincidem com início do El Niño, fenômeno meteorológico geralmente associado ao aquecimento médio do planeta.
O Copernicus aponta ainda que, no início de junho, a temperatura média do planeta superou temporariamente em 1,5ºC os níveis pré-industriais. Apesar de simbólico, como é temporário, o índice não significa que a meta do Acordo de Paris foi quebrada.
O texto, que busca frear a crise climática, estipula que os países devem reduzir as emissões de gases de efeito estufa para limitar o aumento da temperatura média global a, no máximo, 2ºC —preferencialmente, sem ultrapassar um crescimento de 1,5ºC em relação ao registrado antes da Revolução Industrial.
Em maio, a Organização Meteorológica Mundial divulgou um relatório afirmando que há 98% de chance de que as temperaturas globais atinjam níveis recordes nos próximos cinco anos e 66% de probabilidade de que esse aumento fique acima da meta de 1,5°C.
O projeto Planeta em Transe é apoiado pela Open Society Foundations.
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