Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".
O garotão e o bispo do Carnaval
Witzel e Crivella brigam, e os sopapos sobram para a população
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Está uma gracinha a briga entre o prefeito Marcelo Crivella e o governador Wilson Witzel. No meio fica a população, recebendo os sopapos que sobram de um lado e de outro. A situação é consequência dos interesses de ambos nas eleições municipais do ano que vem: o primeiro sonha com a reeleição, enquanto o segundo tenta emplacar um candidato --pode ser até o ex-prefeito Eduardo Paes-- que o ajude na articulação da sua candidatura à Presidência, em 2022.
Num breve período, houve uma trégua, quando Witzel manifestou a intenção de cuidar do Sambódromo. Era tudo o que Crivella pedia a Deus: ficar bem longe do diabólico Carnaval.
Logo as acusações mútuas voltaram. Em setembro, o governador chamou de "lambança" a censura do prefeito a um gibi durante a Bienal do Livro. Crivella esperou a hora de dar o troco. Depois da morte da menina Ágatha no Complexo do Alemão, criticou a política de segurança de Witzel, com "as balas perdidas que atingem os inocentes".
O prefeito comentou uma possível retaliação de Bolsonaro a Witzel por conta de suas ambições ao Planalto: "Já tivemos um Garotinho. Tudo que não queremos agora é um garotão".
Para provar que não está de brincadeira, Crivella decidiu devolver os hospitais Albert Schweitzer e Rocha Faria à gestão estadual, pouco se importando com o atendimento aos pacientes. E, sem qualquer intimidade, surpreendeu a dar passos de samba e garantir que é o dono do Sambódromo --quase um rei Momo.
Witzel --que não aceita reassumir as unidades de saúde-- prepara um golpe baixo: convidar um membro do PRB, partido do prefeito, para o governo estadual. Se o nome indicado for o da deputada federal Rosângela Gomes, abre-se o caminho para que o suplente Marcelo Crivella Filho assuma o mandato em Brasília. Por mais que tenha se esforçado, o papai ainda não conseguiu arrumar uma boquinha para o filhão.
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