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Professor de ciência política da USP, ex-secretário de Imprensa da Presidência (2003-2007). É autor de “O Lulismo em Crise”.

Descrição de chapéu Eleições 2018

Diferenças substantivas

Programas indicam o lugar no espectro ideológico em que presidenciáveis desejam se colocar

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Vale a pena conhecer os programas dos 13 candidatos a presidente da República que pediram o registro até a última quarta-feira (15) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), fim do prazo legal para fazê-lo.

Ainda que da teoria à prática haja um espaço importante, os textos indicam o lugar no espectro ideológico em que os postulantes desejam por ora se colocar. Itens chave, como a posição diante da reforma da Previdência, revelam diferenças significativas entre eles.

Lula (PT), ainda que deixe uma porta aberta no tratamento do funcionalismo, rejeita “os postulados das reformas neoliberais da Previdência Social, em que a garantia dos direitos das futuras gerações é apresentada como um interesse oposto aos direitos da classe trabalhadora e do povo mais pobre no momento presente”.

Não adere, portanto, ao diagnóstico do mercado, segundo o qual a mudança previdenciária é essencial para o ajuste das contas públicas.

Não chega, é claro, ao ponto alcançado por Guilherme Boulos (PSOL), que propõe a criação de um sistema público unificado de aposentadorias integrais, mas distancia-se dos meios financeiros, para quem a reforma é sagrada. 

Diferentemente de Ciro Gomes, que, no mesmo campo popular, defende a necessidade da reforma e propõe a “implementação de um sistema previdenciário multipilar capitalizado”. Apesar de propor, como Lula e Boulos, a revogação do teto de gastos, no que diz respeito à Previdência o pedetista conversa com o mercado.

É nítido o gradiente formado do centro para a esquerda. 

No polo oposto, Jair Bolsonaro (PSL), igualmente favorável ao sistema de capitalização, afirma que sanar o déficit da Previdência é crucial para “atingir um superávit primário já em 2020”, uma de suas metas primordiais. Não é à toa que o capitão reformado angaria aplausos entre empresários. 

Na mesma direção, Geraldo Alckmin (PSDB), cujo documento é exíguo na comparação com os demais, compromete-se a “eliminar o déficit público” e a “criar um sistema único de aposentadoria, igualando direitos e abolindo privilégios”. 

Curiosamente, foi Marina Silva (Rede), mais moderada em outros aspectos, quem optou por levantar a bandeira da idade mínima na reforma previdenciária, que considera “incontornável”. Com a ambiguidade do tucano e o sincericídio da ambientalista, o dégradé no campo que vai do centro para a direita ficou menos evidente.

Em que pesem as habituais vaguezas e generalidades, os documentos depositados permitem uma opção relativamente esclarecida por parte do eleitor a respeito de problemas relevantes. Se a democracia puder funcionar, opções substantivas começarão a ser tomadas em 7 de outubro. 

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