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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Negociação do DEM com Ciro pode deixar PT e esquerda numa sinuca

À direita, partidos estudam ocupar espaço para enfraquecer petistas no segundo turno

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, em evento na capital paulista, em março deste ano - Gabriel Cabral - 12.mar.18/Folhapress

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Além de desorientar a direita, o flerte inesperado entre o bloco liderado pelo DEM e Ciro Gomes (PDT) tem potencial para jogar a esquerda em uma sinuca nesta eleição. Em fase inicial, as negociações confundem as bússolas partidárias e podem estreitar os caminhos do PT na corrida presidencial.

Siglas historicamente conservadoras decidiram negociar com Ciro porque enxergam uma chance de deslocar os petistas na disputa. Para dirigentes dessas legendas, a força de suas máquinas políticas ajudaria o pedetista a superar o candidato que substituirá Lula quando seu nome for barrado pela Justiça Eleitoral.

Caciques do PT resistem a uma aliança com Ciro por enquanto, mas admitem que apoiarão o pedetista se ele avançar ao segundo turno. DEM, PP e companhia estudam se antecipar e ocupar esse espaço.

Nos cálculos de líderes do bloco, essa união enfraqueceria os petistas. Caso Ciro chegue a um confronto direto com Jair Bolsonaro (PSL), por exemplo, o PT seguiria o trajeto natural e apoiaria o presidenciável do PDT, mas seu peso relativo na associação seria menor. Atrasado, teria menos influência do que as siglas que fecharam contrato mais cedo.

DEM e PP se movem pelo pragmatismo. Suas agendas são incompatíveis com a maioria dos pontos do programa de Ciro. As siglas estão à direita no espectro político, com uma plataforma amigável ao mercado financeiro e favorável do Estado mínimo. O pedetista, ao contrário, critica banqueiros e defende a participação do governo na economia.

Uma aliança dependeria da superação dessas divergências. Sem disposição para atuar como sócio silencioso de Ciro, esse bloco deve exigir que sua candidatura ande alguns passos para a centro-direita, adotando pautas econômicas mais liberais.

O PT sempre tratou Ciro como um “plano C”. Caso o substituto de Lula não consiga absorver a popularidade do ex-presidente, a sigla teria uma saída. A aproximação do pedetista com o DEM e o PP pode contaminar essa alternativa.

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