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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Advogado de Bolsonaro faz aceno ao TSE, mas presidente mantém guerra na praça

Campanha contratou ex-ministro que parece estar na contramão dos sonhos golpistas do capitão

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O partido de Jair Bolsonaro foi buscar nas galerias do Tribunal Superior Eleitoral um coordenador jurídico para a candidatura do presidente. Tarcisio Vieira é um veterano da corte. Foi ministro por sete anos, até maio do ano passado, do órgão que se tornou o foco principal dos movimentos conspiratórios do capitão.

Como juiz, Vieira atuou nas disputas presidenciais de 2014 e 2018 –aquelas que Bolsonaro diz terem sido fraudadas, sem apresentar nenhuma evidência. Como advogado, ele representará um candidato que repete as falsas suspeitas e atira dúvidas sobre mais uma eleição.

O ex-ministro se lançou na função como um equilibrista. Em entrevista à Folha há cerca de duas semanas, ele disse que os questionamentos de Bolsonaro sobre as urnas fazem parte de "um debate legítimo, em termos democráticos". Mas respondeu também que o sistema de votação parece confiável e que os ataques do presidente não contaminam sua atuação jurídica.

Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral - TSE

Quando era ministro, Vieira destacou que a divulgação de notícias falsas tinha "poder destrutivo" e defendeu ferramentas para reduzir a "desnaturação da boa informação". Na entrevista de fevereiro, ele reconheceu ainda que o TSE tem poderes para restringir o Telegram, ainda que tenha classificado essa possibilidade como uma "medida extrema".

Não é coincidência que o PL tenha encontrado um advogado que pareça estar na contramão dos sonhos golpistas de Bolsonaro. Depois de tantos choques com o TSE, o partido contratou um ex-integrante do tribunal para melhorar a relação com os atuais ministros e tocar uma operação menos conflituosa no dia a dia da corrida eleitoral.

Ainda não se sabe como a campanha conseguirá essa façanha, já que o próprio candidato e seus auxiliares dão repetidas demonstrações de que vão manter os ataques ao sistema de votação. Na melhor das hipóteses, Bolsonaro terá um diplomata falando em seu nome nos salões de Brasília, enquanto a cavalaria mantém uma guerra suja do lado de fora.

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