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Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

Presidente do COI alerta atletas sobre a defesa de seus interesses

Thomas Bach sugere que os atletas não deixem ninguém falar por eles

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O presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), o alemão Thomas Bach, fez um alerta aos atletas dos seus comitês nacionais para que não deixem suas reivindicações a cargo de autoridades e organizações. Ele abordou o assunto ao responder questionamento sobre uso de imagem de publicidade com participação de atletas.

A Carta Olímpica determina que membro oficial de equipe participante dos Jogos Olímpicos não pode permitir que sua pessoa, nome, foto ou performances esportivas sejam usados para fins publicitários durante a competição. Entretanto, uma recente decisão na Alemanha alterou esse quadro, abrindo espaço para novas interpretações.

Thomas Bach durante entrevista coletiva após reunião do Comitê Executivo do COI, em Lausanne - Denis Balibouse/Reuters

O tema é delicado, mas Bach sugeriu que os atletas e os comitês nacionais busquem um equilíbrio entre seus interesses. Para o cartola-mor dos esportes olímpicos, os atletas sabem melhor do que ninguém sobre suas necessidades e precisam discuti-las diretamente com os seus comitês. Não devem deixar que sejam colocadas por pessoas que fingem falar em seu nome.

As declarações de Bach ocorreram durante o Fórum Internacional de Atletas, realizado no fim de semana (13 a 15), em Lausanne, na Suíça. Participaram do encontro cerca de 350 atletas de 185 dos 206 comitês nacionais, 50 federações internacionais das modalidades olímpicas, profissionais da Wada (Agência Mundial Antidoping), da organização dos Jogos Olímpicos, das associações continentais e do CPI (Comitê Paraolímpico Internacional).

Os brasileiros estiveram representados no evento pela pentatleta Yane Marques, bronze na Olimpíada de Londres-12 e vice-presidente da Comissão de Atletas do COB (Comitê Olímpico do Brasil).

O fórum elaborou recomendações que serão encaminhadas ao comitê executivo do COI. Elas iniciam pelo fortalecimento da representação dos atletas em todos os segmentos esportivos, com base na eleição com voz e voto dentro das organizações.

Também foi enfatizada a necessidade de ampliar o respaldo financeiro do COI aos comitês nacionais e comissões de atletas. Neste ponto, destacou-se a importância da transparência para que os atletas possam acompanhar a implementação dos programas do COI, com monitoramento de perto. O mesmo princípio deverá ser seguido pelas federações internacionais.

Há ainda recomendações para fortalecimento da proteção de atletas limpos e da luta contra o doping, cuidados com a saúde mental dos esportistas e com a transição de carreira e combate à corrupção.

A simples troca de experiências entre as comissões do COI e a de atletas em geral, cada qual com suas dificuldades e propostas, já cria um ambiente mais aberto para o surgimento de novas ideias, imprescindíveis para avanços no setor.

O coletivo internacional abre uma porta para avanços nos esportes, área complexa das atividades humanas. Foi mesmo uma manifestação espontânea do presidente do COI? Ou ele se antecipou a um possível movimento dos atletas?

Desmandos e escândalos da cartolagem sempre colocam ponto de interrogação em anunciadas iniciativas nos esportes. Desta vez, porém, embora o bom senso indique cautela, resta um voto de esperança de que os resultados serão diferentes.

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