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É mestre em direito penal pela USP e professora na pós-graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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Bolsonaro é o cão que só ladra

O presidente da vergonha alheia

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Deputados franceses caíram na gargalhada ao ouvir que a hidroxicloroquina ainda era receitada para o tratamento de Covid no Brasil.

A situação é trágica. Em virtude das ações deste governo risível, milhares de pessoas morrem diariamente. O cenário nos faz perceber o que talvez já fosse óbvio desde o início: Bolsonaro e o bolsonarismo não se sensibilizam com o sofrimento do outro.

A gargalhada dos parlamentares franceses pode nos indicar outra estratégia: a ridicularização. A tática é difícil, porque implica descer na escala da razoabilidade, mas é, de fato, risível o áudio no qual o presidente ameaça encher o líder da oposição no Senado de "porrada". Sério? Um senhor que não sabe nem fazer uma flexão de braço. O "tigrão de Twitter" que se alvoroçou com a declaração precisa ser lembrado do próprio ridículo.

Bolsonaro ameaçou bater em jornalista, ameaçou golpe, ameaçou bater no senador, ameaça ministros do STF e, na prática, vemos o quê? O abraço apertado em Dias Toffoli quando finalmente o deputado do baixo clero, que passou anos gritando atrocidades para ser ouvido, foi convidado para assistir a um jogo de futebol.

O cara que ameaça "dar porrada" vive reclamando que não consegue fazer nada. Fosse um homem forte, teria assumido o controle. Fugir da responsabilidade é coisa de menino.

Bolsonaro e João Doria fazem 'flexão de braço' em evento em São Paulo - Gilberto Marques/Governo do Estado de São Paulo

Bolsonaro é movido pela própria pequenez. Chamá-lo de genocida ou criticar uma política pública não o atingem. O que pega é todo mundo descobrir o garoto que nunca foi chamado para a festinha, o político que ninguém leva a sério.

Schopenhauer escreveu nos seus "Aforismos para a Sabedoria na Vida" que o tolo vestido de púrpura, quando sozinho, geme sob o peso da sua pobre individualidade. Bolsonaro tem medo que mais gente descubra seu fracasso, do qual ele, consciente da própria existência, tenta fugir. Grita que é forte para se convencer, enquanto ilude os eleitores que veem nele a chance de ressignificar a própria fraqueza.

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