Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.
Montei o Corinthians dos meus sonhos
A rara leitora e o raro leitor pedem e quem manda são elas e eles; segue o Timão
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Em tempos de recolhimento e bola parada, os pedidos de memórias e preferências se acumulam.
Qual é seu livro preferido, o filme, a cantora, o compositor, a música, qual o seu time dos sonhos?
Nelson Piquet ou Ayrton Senna? Éder Jofre ou Guga? Pelé ou Mané?
Escolhas sempre difíceis e pessoalíssimas, muitas vezes feitas mais pelo coração que pela cabeça, por serem marcantes, não necessariamente por serem melhores.
Livro, por exemplo, fico com “Memórias do Cárcere”, de Graciliano Ramos.
O filme é “Batalha de Argel”, de Gillo Pontecorvo.
Elis Regina e Chico Buarque, as “Bachianas Brasileiras” de Heitor Villa-Lobos, na música.
Piquet, Guga e o Rei no esporte, se é que automobilismo é esporte, embora boxe não seja mesmo e Éder Jofre tenha sido um fenômeno.
Já a seleção brasileira de todos os tempos é complicada, porque ficam de fora craques fabulosos, como os Ronaldos, Rivaldo, Zico, Sócrates, Romário, Carlos Alberto Torres, Luís Pereira...
A defesa é toda santificada: Gylmar dos Santos Neves, Djalma Santos, Aldair dos Santos, Márcio Santos e Nilton Santos.
No gol e nas laterais, sem dúvidas. No miolo da zaga porque os dois fizeram uma Copa do Mundo em 1994 impecável.
No meio de campo, Paulo Roberto Falcão, Didi e Gérson.
E no ataque Mané Garrincha, Tostão, Pelé e Rivellino.
Uai, dirá você perplexa ou perplexo: “Escalou 12?!!!”.
Sim, 12!, porque, no máximo, aceito tirar Márcio Santos, e o técnico, Telê Santana, que se vire para jogar com três zagueiros.
Além do mais, não sou o primeiro a escalar 12.
Osmar Santos, o melhor narrador de futebol de todos os tempos, antes da Copa do Mundo de 1986, na mesa redonda da Globo, escalou a seleção brasileira dele também com 12. E quando alguém quis corrigi-lo, rápido como sempre foi, não passou recibo: “É isso mesmo! Meu time é tão bom que tem 12 titulares!”.
O meu Corinthians de todos os tempos também não é de fácil eleição.
Gylmar foi o melhor dos goleiros corintianos, mas Cássio é o maior deles.
Zé Maria, o Super-Zé, na lateral-direita; Gamarra e Amaral no miolo e Wladimir, na esquerda; Rincón, Dino Sani e Rivellino no meio de campo e o ataque é uma complicação, com Cláudio Christóvan de Pinho, Sócrates e...Ronaldo Fenômeno.
Poderia ser Carlitos Tévez, ou Casagrande, ou Emerson Sheik da Libertadores-2012, ou Guerrero do bicampeonato Mundial, para não falar de Baltazar, o Cabecinha de Ouro, Luizinho, o Pequeno Polegar, Marcelinho Carioca, Danilo, o Zidanilo, Paulinho, que saudade do Paulinho!, Palhinha, Neto e de um que a modéstia me impede de citar porque eu queria ser ele.
Falo de Basílio, o Pé-de-Anjo, a Princesa Isabel da Fiel, rima e solução, autor do gol da libertação em 1977.
Como técnico, entre os gaúchos Osvaldo Brandão e Tite, o coração fica com o primeiro, por causa de 1954 e 1977, mas a cabeça não titubeia em ficar com Tite, que ganhou tudo e mais um pouco.
Agora, se me perguntar qual foi o melhor time do Corinthians que vi, quem não titubeia sou eu ao escolher o que ganhou o primeiro Mundial da Fifa, em 2000. Só o lateral direito Índio era limitado, porque Dida, Fábio Luciano, Adílson, Kléber, Vampeta, Rincón, Ricardinho, Marcelinho Carioca, Edílson e Luizão eram todos feras, de primeira qualidade.
Já o coração fica com o time da Democracia Corinthiana de 1983.
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