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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Por que o Fortaleza levou a melhor?

Seria fácil responder que o Tricolor do Pici é finalista porque jogou muito bem

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Pegue os 180 minutos dos jogos entre Corinthians e Fortaleza, em Itaquera e no Castelão, e tente escolher um minuto sequer em que os alvinegros foram superiores.

Busque com lupa e não encontrará tais 60 segundos.

No jogo da ida, o time de Vanderlei Luxemburgo deu a sorte de os cearenses saírem na frente e terem se contentado em garantir a vantagem.

Jogadores do Fortaleza e do Corinthians no Castelão, após vitória por 2 a 0 que classificou o time do Nordeste para a final da Copa Sul-Americana - JL Rosa - 4.out.23/AFP

Ao sofrerem o empate, avaliaram como bom o resultado na casa do adversário, certos de que na deles a classificação para a final da Copa Sul-Americana seria tão certa como a doçura de suas seriguelas.

Acertaram 100%.

O jogo da volta foi um passeio. Os dois gols marcados nos nove minutos iniciais do segundo tempo apenas fizeram justiça aos outros dois que perderam no primeiro.

Já não era sobre o time de Luxemburgo, mas de Mano Menezes, o quarto técnico corintiano na temporada de 2023 —ou o quinto se a rara leitora e o raro leitor contarem a meteórica passagem de Danilo pelo banco, no Dérbi vencido pelo Palmeiras, por 2 a 1, na casa verde, em abril.

Alguém tem dúvida de que o interino daquele dia seria efetivado como mais uma aposta do desgoverno em Parque São Jorge se o resultado fosse positivo?

Compare: o argentino Juan Vojvoda chegou ao Fortaleza em maio de 2021.

De lá para cá, o Corinthians teve meia dúzia de treinadores: Vagner Mancini, Sylvinho, Vitor Pereira, Fernando Lázaro, Cuca, Luxemburgo e Mano —sete com Danilo, que retornou à categoria de base.

Mais: quando, em 2017, o Corinthians ganhou seu derradeiro título importante, o heptacampeonato brasileiro, o Fortaleza disputou a Série C do Brasileirão.

Mais ainda: em 2017, Marcelo Paz assumiu a presidência do tricolor e Roberto de Andrade presidia o alvinegro, sucedido por Andrés Sanchez –que elegeu o atual mandatário, Duílio Monteiro Alves.

Enquanto Paz coleciona títulos e boas colocações na Série A, o Corinthians vive em guerra com a competência e com a transparência.

A ponto de o grupo situacionista estar ameaçado por candidato de oposição que nem sequer pode aspirar ao posto porque, condenado em última instância, está legalmente impedido pela Lei Pelé.

Consta até que assim que registrar a candidatura para a eleição em fins de novembro será devidamente impugnado na Justiça.

É possível que o Fortaleza não ganhe a Sula, final em um jogo só e contra rival mais experiente em decisões continentais.

E é certo que o Corinthians não a ganhará, como não venceu a Copa do Brasil, eliminado também nas semifinais.

Porque seria mesmo afronta ao futebol o time preocupado com o rebaixamento ser campeão de qualquer coisa.

Já Paz coroa sua gestão ao levar seu clube como o primeiro do Nordeste à decisão do torneio continental, façanha mesmo, tamanha a diferença de poderio financeiro.

O colega dele do Sudeste, em compensação, está em vias de sair pela porta dos fundos do segundo clube mais popular do país, primeiro disparado no maior mercado do Brasil.

Sem uma taça, sem pagar a dívida monstruosa que ajudou a construir com contratações desastrosas, no ano em que, do chamado Trio de Ferro, o São Paulo conquistou a Copa do Brasil e o Palmeiras ameaça ser tetracampeão da Libertadores.

Não foram só os gols de Yago Pikachu e Tinga que derrotaram o ex-Poderoso Timão.

Mais do que deles, a responsabilidade é do inacreditável Monteiro Alves.

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