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Jornalista e roteirista de TV.

A gaiola de ouro de Melania

A possível derrota de Trump fará bem à luta pela igualdade

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Esta coluna contém spoiler de "Borat 2". O novo filme de Sacha Baron Cohen é uma pesada crítica aos republicanos. Quero destacar o juízo feito sobre o casamento de Donald e Melania Trump. A relação é caracterizada como uma prisão em que Melania viveria em uma "gaiola de ouro": rica, porém confinada e submissa.

A união do casal mais poderoso do mundo é marcada por falta de intimidade e de demonstrações de afeto, o que leva a crer que seja apenas conveniência. Tem mais: um acordo pré-nupcial refeito imediatamente após a vitória de Trump em 2016, segundo Mary Jordan, vencedora do Pulitzer e autora do livro "The Art of Her Deal: The Untold Story of Melania Trump".

"Não conheço nenhum casal que passe tanto tempo separado. Eles costumam estar no mesmo prédio, mas longe um do outro. Ela é uma solitária. Ele é um solitário. Eles estão perfeitamente felizes por estarem separados", contou Jordan. Segundo ela, apesar disso, é para Melania que Trump faz a primeira ligação depois de um discurso ou de um comício, porque confia nela. "Uma relação incomum."

A primeira-dama americana é apontada desde sempre como uma "trophy wife" (esposa troféu), escolha triste, mas tão legítima quanto banal. Como em Borat, há milhares de aspirantes a viver numa gaiola de ouro, dispostas a pagar o preço por uma vida financeiramente confortável, mas sentimentalmente pobre.
Não é o único tipo de prisão à qual as mulheres se submetem em troca do status de "casada". Muitas se trancam em gaiolas não muito reluzentes por migalhas de afeto, enfrentam violência emocional e toda sorte de atitudes machistas.

A possível derrota de Trump fará bem não apenas à democracia mundial mas à luta pela igualdade. Sairão de cena um homem grosseiro e misógino e a figura triste de uma mulher que aparentemente aceita tudo isso em troca de dinheiro e poder.

Melania Trump - Gabriella Audi/AFP

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