Ciclista, doutor em teoria econômica pela Universidade de São Paulo; foi pesquisador visitante na Universidade Columbia e é pesquisador do Insper.
Bolsonaro e a perda do debate
Com iminente derrota do capitão, não devemos ser complacentes com quem nunca teve compaixão
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Sem apoio partidário e com poucos recursos para financiar sua campanha eleitoral, a chegada de Bolsonaro ao poder representa um dos acontecimentos mais emblemáticos da história política brasileira.
Sua habilidade para atrair os holofotes e, com um linguajar ao mesmo tempo chulo e popular, responder no discurso a várias demandas reprimidas é algo incompreendido até hoje por parte da sociedade, além de atordoar muitos analistas políticos.
O já combalido debate público brasileiro se definhou. Foram quatro árduos anos para chegarmos até aqui.
No meio de tanta desinformação e ignorância propagada pelo até então presidente, perdemos a oportunidade de discutir com mais seriedade projetos que poderiam transformar o país. Muitos debates aqui nunca saíram da superfície e, com Bolsonaro, eles simplesmente deixaram de existir.
O esforço da mídia em veicular as condutas indignas do presidente não foi suficiente para mudar a opinião de muitos de seus seguidores, que parecem viver em um mundo particular e costumam ter uma visão restrita de sociedade.
Apesar disso, contribuiu para demonstrar o mau-caratismo do cidadão que ainda ocupa o cargo mais alto do executivo e, assim, torná-lo um dos presidentes mais rejeitados da história.
Bolsonaro é a antítese daquilo que ele se diz ser, ou seja, um cidadão de bem. Com a iminente derrota do capitão, não devemos ser complacentes com uma pessoa que nunca teve compaixão com seus compatriotas e que usou, com habilidade, as mais variadas técnicas de manipulação para chegar e tentar se manter no poder.
O texto é uma homenagem à música Senhor cidadão, de Tom Zé.
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