Jair Bolsonaro (PL) foi à posse de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já sabendo que o magistrado faria um discurso enaltecendo as urnas eleitorais –que foram objeto de constante ataque do mandatário neste ano. O presidente foi informado diretamente pelo ministro do teor da fala.

AVISO

Antes mesmo de se encontrar com Bolsonaro no Palácio do Planalto para convidá-lo pessoalmente para a posse, o novo comandante do TSE conversou com interlocutores do presidente da República. E afirmou que ele seria bem-vindo à cerimônia –mas Moraes não abriria mão de fazer um discurso defendendo as urnas e a democracia.

AVISO 2

O magistrado afirmou, por outro lado, que não faria alusões ou ataques diretos a Bolsonaro, nem qualquer provocação a ele. O presidente seria bem recebido, e colocado na mesa principal. Não haveria qualquer situação no evento que pudesse provocar constrangimento.

ESQUENTA

As conversas prévias antes de o convite ser feito diretamente a Bolsonaro envolveram os ministros Paulo Guedes, da Economia, Ciro Nogueira, da Casa Civil, e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Jorge Oliveira.

ESQUENTA 2

Ciente de como seria a posse, o presidente concordou –e aceitou receber o magistrado, como propunham seus auxiliares. Assim, quando Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski, que tomaria posse como vice, chegaram ao Planalto, tudo já estava previamente combinado: eles sabiam que Bolsonaro aceitaria o convite, e o presidente estava ciente de que as urnas seriam defendidas na cerimônia. Guedes, Ciro Nogueira e Jorge Oliveira estavam na sala.

FOI ASSIM

O entendimento prévio foi detalhado à coluna por ministros que participaram das conversas.

NADA PESSOAL

O ministro das Comunicações, Fabio Faria, também confirmou as informações. "O ministro Alexandre de Moraes esclareceu que faria um discurso falando sobre o sistema eleitoral e a democracia, que é a base da atuação do TSE, sem nada pessoal", diz Faria.

NADA PESSOAL 2

A postura do presidente na cerimônia, e o fato de seu filho Carlos Bolsonaro não aplaudir nem se mover durante o discurso, no entanto, indicavam desconforto. Mas, segundo Faria, o presidente não teria se surpreendido com o tom da fala.

COMITÊ

O presidente da Febraban, Isaac Sidney, e o empresário João Cox estiveram presentes em encontro organizado pelo grupo Esfera Brasil, na sexta (19), em São Paulo. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), compareceram ao evento, que debateu a importância do equilíbrio entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário no atual cenário do país. Os empresários Hagop Guerekmezian e Cândido Pinheiro Júnior também passaram por lá.

_{com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH}