Siga a folha

Dilma adere a carta pela democracia e diz que país está sob grave ameaça

Petista se junta aos mais de 700 mil signatários do documento, que será lido na Faculdade de Direito da USP

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) assinou nesta quarta-feira (3) a "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito".

A decisão da petista de se juntar aos mais de 700 mil signatários do documento, que será lido na Faculdade de Direito da USP, no próximo dia 11, se deu diante do momento do país, que considera grave.

A ex-presidente Dilma Rousseff duranteo o lançamento do livro "Querido Lula", no teatro Tuca, em São Paulo - Greg Salibian - 31.mai.2022/Folhapress

"No momento em que a democracia está sob grave ameaça e sob constantes ataques do presidente da República, é hora da sociedade civil se mobilizar em defesa do sistema eleitoral e das urnas. Eu assino embaixo em defesa do Estado democrático de Direito", afirma a ex-presidente à coluna.

Organizado por ex-alunos do curso de direito da USP, pela sociedade civil e por setores do empresariado, o manifesto é uma iniciativa suprapartidária que não menciona o nome de Jair Bolsonaro (PL) —embora seja considerado uma resposta às ameaças golpistas do presidente.

O texto foi concebido com expressões moderadas para atrair o maior número possível de signatários, evitando termos que soassem radicais, divisivos, pró-PT, anti-Bolsonaro ou de qualquer forma partidário.

Entre os signatários estão o economista e ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, o ex-presidente do Itaú Candido Botelho Bracher, o ex-presidente do Conselho de Administração do BB José Guimarães Monforte e o ex-presidente do Credit Suisse no Brasil José Olympio Pereira.

Também assinam o documento os ex-ministros do STF Joaquim Barbosa e Nelson Jobim, além de banqueiros como Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles.

Na terça-feira (2), Bolsonaro chamou de "cara de pau" e "sem caráter" quem assinou a carta pró-democracia organizada pela USP. "Esse pessoal que assina esse manifesto é cara de pau, sem caráter, não vou falar outros adjetivos, porque sou uma pessoa bastante educada", disse o mandatário, em entrevista à Rádio Guaíba.

O presidente da República intensificou seus ataques à carta pela democracia nos últimos dias. Na segunda-feira (1º), ele havia chamado empresários de aderiram à carta de "mamíferos".

Na entrevista à Rádio Guaíba, porém, não foram apenas os signatários da carta pró-democracia que entraram na mira do presidente.

Bolsonaro também chamou Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), de criminoso e mentiroso, e disse que Luiz Fux, presidente da corte, fez fake news ao defender o sistema eleitoral e deveria ser investigado pelo inquérito sobre esse tema.

​Não é de hoje que o presidente flerta com o golpismo ou faz declarações contrárias à democracia.

No ano passado, disse, por exemplo: "Alguns acham que eu posso fazer tudo. Se tudo tivesse que depender de mim, não seria este o regime que nós estaríamos vivendo. E apesar de tudo eu represento a democracia no Brasil".

Em 2020, Bolsonaro participou de manifestações que defendiam a intervenção militar —o presidente é um entusiasta da ditadura militar e de seus torturadores.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas