Mônica Bergamo é jornalista e colunista.
Governo Tarcísio muda nome de metrô de educador Paulo Freire para bandeirante Fernão Dias
Empresa diz que alteração se deu após uma pesquisa de opinião com moradores de regiões próximas da futura estação
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O Metrô de São Paulo decidiu mudar o nome de uma futura estação da linha 2-verde de Paulo Freire para Fernão Dias. A decisão foi tomada por dirigentes da empresa controlada pelo Governo de São Paulo em janeiro deste ano, após Tarcísio de Freitas (Republicanos) assumir como governador.
Patrono da educação brasileira, Paulo Freire (1921-1997) é considerado um dos principais educadores do mundo.
Conhecido como "Caçador de Esmeraldas", o bandeirante Fernão Dias (1608-1681), por sua vez, teve uma trajetória atrelada à exploração de indígenas.
O Metrô justifica a medida afirmando que ela se deu após uma pesquisa de opinião ser feita com moradores de regiões próximas da futura estação. A consulta teria sido concluída no final de 2022.
O nome Fernão Dias teria tido 57% das preferências, ante 29% de Paulo Freire e 14% de Parque Novo Mundo. "O nome Paulo Freire era apenas provisório para a criação de referências nos projetos, até a confirmação pelas pesquisas", diz o Metrô, em nota.
A mudança, que pretere o educador em detrimento do bandeirante paulista, surpreendeu funcionários da empresa que tomaram conhecimento da alteração.
A futura estação está prevista para ser construída em um ponto da avenida Educador Paulo Freire, na capital paulista, próximo à rodovia Fernão Dias.
O principal livro de Paulo Freire, "Pedagogia do Oprimido", figura entre as cem obras mais citadas em língua inglesa, de acordo com o Google Scholar, plataforma voltada à produção científica.
Já segundo a Open Syllabus –projeto que reúne informações do mundo acadêmico– o livro é a única obra brasileira a aparecer na lista dos cem mais pedidos pelas universidades de língua inglesa.
Sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), o intelectual se tornou alvo de constantes ataques do então presidente e de seus apoiadores. Ainda durante a campanha à Presidência, Bolsonaro afirmou que pretendia excluir os métodos de Freire das escolas.
Em 2021, a Justiça Federal do Rio chegou a proibir o governo federal de tomar qualquer atitude que atentasse contra a dignidade de Freire.
DEDICATÓRIA
O economista e colunista da Folha Joel Pinheiro da Fonseca recebeu convidados para o lançamento de seu novo livro, "Deus Não É Mais Brasileiro", realizado na Drummond Livraria, em São Paulo, no domingo (12). A cantora e compositora Lia Levin e o advogado e apresentador Sergei Cobra Arbex estiveram lá.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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