Mônica Bergamo é jornalista e colunista.
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A Polícia Civil de São Paulo afirmou à USP que não vai investigar a denúncia de agressão a estudantes registrada pela instituição contra a PM de São Paulo. E afirmou que os fatos devem ser relatados à corregedoria da própria PM.
A direção da Faculdade de Direito registrou um boletim de ocorrência nesta semana pedindo a apuração dos fatos.
"Registro Indeferido", respondeu a Polícia Civil. "Por ora", seguiu, "constata-se que o caso tem como suposto autor Policial Militar do Estado de São Paulo. Assim, o agente público competente para a apreciação dos fatos narrados é o Oficial Encarregado da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo".
A direção da Faculdade de Direito estuda que medidas tomar diante da resposta. Considera que, ao receber a denúncia de um crime, a Polícia Civil tem, sim, a obrigação de apurar os fatos.
Na semana passada, policiais militares e estudantes da Faculdade de Direito da USP entraram em confronto no interior do prédio da instituição.
Os alunos protestavam contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tinha ido à faculdade prestigiar a posse do novo procurador-geral de Justiça de SP, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.
O governador foi recebido aos gritos de "fora, Tarcísio" e "recua, fascista".
A PM tentou controlar o protesto empurrando estudantes com violência. Vídeos mostram, por exemplo, um dos agentes empurrando a cabeça de uma pessoa. O diretor da Faculdade, Celso Campilongo, diz que foram distribuídos empurrões e cacetadas.
A direção da Faculdade de Direito decidiu registrar o boletim de ocorrência pedindo a apuração de responsabilidades sobre o que ocorreu dentro da instituição.
"Nem mesmo nos sombrios tempos da ditadura alunos foram agredidos pela polícia por protestar nas arcadas. Críticas se respondem com argumentos e políticas públicas, não com violência policial", diz Pierpaolo Bottini, professor de Direito Penal da faculdade.
De acordo com o relato, a PM entrou na Faculdade de Direito "sem o conhecimento ou autorização da Diretoria, posicionando-se, de forma ostensiva, na porta do local onde o evento ocorria".
Os alunos protestavam "pacífica e legitimamente contra a presença do Governador do Estado, o que ensejou a reação violenta por parte de policiais militares, que praticaram agressões físicas de forma absolutamente injustificada contra estudantes e, inclusive, o advogado André Lozano Andrade, que ali estava presente e tentava impedir a conduta violenta dos policiais", segue a direção da faculdade no BO.
O diretor da Faculdade, Celso Campilongo, e a vice-diretora, Ana Elisa Bechara, se posicionaram então entre os estudantes e os policiais para evitar violência ainda maior, segundo o relato.
A violência só não piorou, dizem eles no Boletim de Ocorrência, "em razão do frontal impedimento imposto pela Diretoria da Faculdade à entrada da tropa de choque da PM, que estava posicionada ao lado do local dos fatos".
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) disse à Folha que a própria Polícia Militar analisa as imagens da ação.
E indica que uma outra investigação foi aberta, em que a PM aparece como vítima.
"O caso foi registrado pelo 1º DP (Sé), que apura o ocorrido no local na última sexta-feira (24) e uma tentativa de furto da arma de um PM. Não houve feridos", diz a nota.
Afirma ainda que, até o momento, a Polícia Civil "não localizou registros das informações fornecidas pela reportagem; porém, a autoridade policial está à disposição das vítimas citadas para ouvi-las e inserir os depoimentos nos autos".
PIPOCA
O diretor João Wainer recebeu convidados no lançamento do filme "Bandida: A Número Um" na noite de terça-feira (28). A atriz Alessandra Negrini prestigiou o evento, realizado no Cine Marquise, em São Paulo. Protagonista do longa, a atriz Maria Bomani também esteve presente.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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