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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Prefeito de SP pode perder indicação ao TCM para Câmara por estouro do prazo

Ricardo Nunes não enviou nome para o Legislativo dentro do prazo legal de 15 dias

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São Paulo

O estouro do prazo para o envio de indicação para ocupar uma vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Município pode fazer com que o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), perca a prerrogativa para a Câmara Municipal.

Como mostrou o Painel, Nunes deixou passar o prazo de 15 dias estabelecido em lei para enviar sua indicação, que deveria ter ocorrido até quinta-feira (15). O posto está desocupado desde 30 de maio, com a aposentadoria de Maurício Faria.

Diante disso, discute-se na cúpula da Câmara Municipal que o contexto é similar ao de um projeto de lei que é enviado para o Executivo e não tem resposta. Nesses casos, o projeto volta para o Legislativo, que define a sanção ou o veto.

Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, durante entrevista à Folha - Karime Xavier-14.jun.2021/Folhapress

Dessa forma, uma indicação enviada por Nunes agora pode ser recebida na Câmara com a resposta de que ele não cumpriu o prazo legal e que, por isso, perdeu o direito.

Nesta sexta-feira (16), o prefeito consultou o presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), e decidiu indicar Ricardo Torres, seu secretário da Fazenda, para o TCM, como mostrou o site Metrópoles. A escolha foi um consenso dos dois e retirou da disputa Marcela Arruda, secretária de Gestão.

Nunes abriu mão de sua favorita para a vaga, que, caso indicada, se tornaria a primeira conselheira da história do TCM. A retirada do nome de Marcela da disputa foi um gesto do prefeito a Leite, que não a queria na vaga por entender que lhe falta experiência política.

O emedebista vinha dizendo a aliados que a indicação seria exclusivamente sua, sem negociações, enquanto Leite se queixava de que eles haviam selado um acordo em 2020 de que a escolha seria sua.

A escolha por Torres deve pacificar o imbróglio. Agora, o prefeito e o presidente da Câmara precisam chegar a entendimento a respeito de quem fará a indicação, mas independentemente do desfecho, o nome deverá ser o do secretário da Fazenda.

Nunes tem o entendimento de que não perdeu o prazo, pois houve feriado no período. No entanto, o próprio tribunal enviou um ofício ao prefeito notificando-o da perda de prazo nesta sexta-feira.

Os envolvidos nos trâmites dizem que o episódio é ilustrativo de problemas de isolamento da gestão Nunes.

O prefeito entrou em conflito aberto com o TCM por discordar de determinações da corte, atritou com Leite em relação à indicação do novo conselheiro e tem sido criticado por aliados por não consultar ninguém no processo de tomada de decisão sobre o tema.

A demora do prefeito de São Paulo em indicar pelo menos um conselheiro interino para o TCM tem gerado obstáculos ao funcionamento da corte de contas da capital, como mostrou a coluna.

Processos relacionados à área da saúde em São Paulo tinham Maurício Faria como relator e ficaram sem encaminhamento no período.

Na quinta-feira (15), o TCM decidiu que redistribuirá entre os conselheiros os processos, ainda que em breve eles possam ser assumidos por um interino e, posteriormente, pelo novo conselheiro.

Fachada do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, na zona sul de São Paulo - Rivaldo Gomes-17.ago.2015/Folhapress

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