Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Após concessão do governo, caminhoneiros avisam que vão extinguir grupos de mobilização

Ministro da Infraestrutura revogou a tabela do frete e parte da categoria recuou

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Paula Soprana Filipe Oliveira

São Paulo

Após o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, anunciar que revogou a nova tabela de frete —objeto de revolta da categoria desde a quinta-feira (18)—, um dos organizadores dos mais de 15 grupos de WhatsApp avisou na manhã desta segunda-feira (22) que "os grupos serão extintos".

Em áudio, caminhoneiros celebraram a revogação.

O caminhoneiro João Batista, 47, é de Fortaleza, e estava estacionado no Terminal de Cargas de São Paulo há cinco dias. Folhapress/Eduardo Anizelli

Paulo Roberto Moraes dos Santos, 59, é de Porto Alegre e diz que a economia precisa melhorar para ter serviço. Folhapress/Eduardo Anizelli

Davi Inácio de Oliveira, 59, de Nova Resende (MG) estava parado há dias, esperando um novo frete para voltar para Minas. Folhapress/Eduardo Anizelli

Eliéser Medeiros, 40, de Roque Gonçalves (RS), diz que a situação está ainda pior por causa do crise na Argentina, para onde costuma levar cargas de arroz. Folhapress/Eduardo Anizelli

Vanderlei Araujo, 62, está parado há quase 15 dias e a bateria do caminhão não funciona mais; sem trabalho, ele tem comido fiado na lanchonete do estacionamento. Folhapress/Eduardo Anizelli

Claudemar Alves da Silva, 55, Sinop (MT), diz que anos atrás, chegava de manhã e já carregava à tarde. Hoje espera até cinco dias para pegar um novo trabalho. Folhapress/Eduardo Anizelli

José Francisco de Oliveira, 56, é de São Paulo e mora ao lado do estacionamento onde o caminhão está parado há 20 dias. Folhapress/Eduardo Anizelli

Marcelo Bezerra, 40, é de Marília, no interior de São Paulo e está há quase 15 dias estacionado, pois não consegue um frete de ao menos R$ 1.500. Folhapress/Eduardo Anizelli

SÃO PAULO, SP, BRASIL, 06-05-2019: Retrato do caminhoneiro José Francisco de Oliveira, 56, na frente de seu caminhão no Terminal de Cargas de São Paulo, ponto principal de parada dos caminhoneiros quem vem para São Paulo. (Foto: Eduardo Anizelli/ Folhapress, MERCADO) ***EXCLUSIVO***. Folhapress/Eduardo Anizelli

Criados para organizar um ato de paralisação marcado para esta segunda, que concentrou motoristas em alguns pontos do Brasil, os grupos de WhatsApp dos caminhoneiros chegaram a reunir mais de 2 mil integrantes.

Conforme antecipou a Folha, o ministro revogou a tabela. Afirmou nesta segunda que passa a valer a tabela de janeiro.

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