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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Empresários veem pronunciamento de Bolsonaro com ceticismo

Representantes do setor privado entenderam como tentativa de falar ao mercado

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São Paulo

O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro nesta quarta (2) foi visto no setor privado como uma tentativa de dialogar com o mercado, mas o conteúdo de apelo econômico é recebido com ceticismo.

Ao citar o socorro aos bares e restaurantes por meio do Pronampe, Bolsonaro levanta questionamentos sobre o alcance da medida. Para Carlos Dias, vice-presidente jurídico do SindResBar, entidade do setor, os benefícios foram limitados a micro e pequenas empresas, enquanto as médias e grandes ficaram descobertas.

"E o programa veio de uma forma piorada em relação ao do ano passado, com juros mais altos", afirma Dias, que relata um temor entre os empresários de que os recursos não sejam liberados com fluidez.

"Esperamos que o Pronampe seja efetivo, que não fique apenas em promessas. A gente entende que não vai ser suficiente para resolver a crise no setor de bares e restaurantes", diz.

Para José Ricardo Roriz, presidente da Abiplast (associação da indústria de plásticos) e vice da Fiesp, Bolsonaro aproveitou um momento econômico de notícia positiva, com o PIB acima do esperado no primeiro trimestre, para se dirigir ao mercado financeiro e o empresariado, mas é um discurso que não atinge toda a população.

"Faz muito tempo que não tinha notícia boa na economia para dar", afirma Roriz, mas ele ressalva que o cenário não é satisfatório.

Fernando Pimentel, presidente da Abit (que reúne a indústria têxtil), fala das incertezas na área da saúde, a questão fiscal e reformas estruturais.

"Tem coisas boas. O PIB andou mais do que todo mundo esperava, o real se valorizou, a balança comercial está crescente, foram gerados empregos formais. Estamos vivendo um momento de copo meio cheio e copo meio vazio".

Já o presidente do Simpi (sindicato das micro e pequenas indústrias), Joseph Couri, diz que os sinais positivos não podem ser interpretados sem o contexto do aumento no custo de matéria prima e energia elétrica, o desemprego e a fome.

"A fala foi a visão dele, o discurso dele. Os que são bolsonaristas vão aplaudir. Os outros não vão", diz Couri.

com Mariana Grazini e Andressa Motter

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