Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Após geada, indústria prevê maior alta no preço do café no supermercado em 25 anos
Abic estima aumento de até 40% nas prateleiras
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A quebra na safra do café, causada pela seca e a geada recentes, deve deixar o produto de 35% a 40% mais caro nos supermercados até o fim de setembro. O aumento é o maior registrado há pelo menos 25 anos no país, segundo a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café).
O diretor-executivo da entidade, Celírio Inácio da Silva, descarta o risco de desabastecimento, mas diz que o preço repassado ao consumidor pode subir ainda mais nos próximos meses.
Segundo ele, de janeiro a julho, o café cru, que é transformado pela indústria em produto torrado ou moído, teve alta de 80%. Outros insumos, como embalagens e energia, também ficaram mais caros, fazendo o preço do produto final subir 11% no período.
A principal incógnita é o clima, que agora causa insegurança porque ainda não se sabe qual foi o impacto da geada do último mês, diz Silva. Além disso, houve aumento das exportações, somado à produção menor já esperada para 2021 devido ao ciclo das cafeeiras.
"Há muitos anos nós não passávamos por essa dificuldade. São muitos fatores, ao mesmo tempo, que estão contribuindo para esse aumento incomum", diz.
A safra de 2022 ainda depende da chuva na hora da florada das plantas, que deve acontecer daqui a 60 dias. “Se houver a florada no café, o mercado acaba se acalmando um pouco. Mas isso depende de uma chuva, e estamos em um período de seca”, diz Silva.
Nesta terça (10), as entidades que integram o Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira) têm uma reunião com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para determinar o valor de recuperação para as plantações afetadas, que deve ser de R$ 1,3 bilhão.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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