Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Bancos avaliam execução de dívidas da Braskem para forçar negociação de venda para árabes
Estratégia prevê dificuldades no avanço das negociações; instituições tentam convencer governo
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Bancos credores da Braskem já armam uma estratégia de pressão sobre o governo para que a Petrobras, segunda maior acionista da empresa, aceite vender sua participação de 38% na petroquímica para a Adnoc, estatal controlada pelo governo de Abu Dhabi, e o fundo americano Apollo.
Isso serviria de convencimento sobre a Novonor (ex-Odebrecht), que controla a empresa hoje com pouco mais de 50% das ações.
Hoje, a Braskem deve cerca de R$ 14 bilhões para Santander, BB, BNDES, Bradesco e Safra e essas instituições aceitam receber parte em dinheiro e outra parte em ações convertidas da "nova Braskem".
Pesa na estratégia junto ao Palácio do Planalto o fato de BB e BNDES, controlados pela União, serem credores. No entanto, como a proposta feita pelo grupo árabe não é vinculante, a tendência é que os acionistas tentem melhor ainda mais a oferta de R$ 47 por ação (com prêmio de 135%).
Além de possuírem papéis da petroquímica adquiridos no mercado, os bancos receberam da Novonor suas próprias ações da Braskem em garantia pelos empréstimos tomados no passado.
No limite, se houver alguma dificuldade na negociação pela venda do controle, alguns bancos aventam a possibilidade de acionar mecanismos de execução dessas dívidas para se apoderarem das ações dadas em garantia.
Posteriormente, poderiam vendê-las para os árabes.
Com Diego Felix
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