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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Descrição de chapéu Rússia

Fabricante de fertilizantes diz que agronegócio do Brasil já é ‘russian free’

Norueguesa Yara aplica embargos à Rússia, maior fornecedor global do insumo, substitui importações, e agro nacional ganha independência

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Brasília

A guerra entre Rússia e Ucrânia abriu mercado para a norueguesa Yara que, somente no Brasil, já vende 45 milhões de toneladas de fertilizantes, insumo vital para o agronegócio. Com essa marca, o presidente, Marcelo Altieri, afirma ter substituído a Rússia como principal fornecedor.

A meta é que, até 2050, seus fertilizantes sejam verdes (sem emissão de poluentes), ampliem a produção na mesma área de cultivo, e melhorem os nutrientes do solo, base do novo negócio: a agricultura regenerativa.

Qual o impacto da guerra para o Brasil?
Tivemos dificuldade em encontrar insumos. A Rússia é um dos maiores produtores de gás e de fertilizantes, mas hoje a Yara Brasil é "russian free" [100% independente dos russos].

Marcelo Altieri, presidente da Yara Brasil - Divulgação

Isso foi resultado de sanções pela guerra?
Sem dúvida. Somos uma companhia norueguesa e seguimos todas as sanções [impostas pela União Europeia à Rússia]. Compramos de outros países, principalmente do Canadá e dos EUA.

Quanto tempo levou essa substituição?
Dois anos.

As políticas de redução de emissões atrapalham o negócio?
Há uma grande mudança em curso. Já fabricamos usando biogás obtido a partir do bagaço da cana de açúcar. Nesse processo, o fertilizante que sai é totalmente verde [não houve emissões poluentes no processo] e ajuda a fixar mais carbono no solo.

Essa é a base do que chamamos agricultura regenerativa.

Já existe produção industrial?
Começamos na fábrica de Cubatão (SP) em parceria com a Raízen. Pretendemos ter escala industrial no primeiro trimestre de 2024.

Qual o peso do Brasil nesse ramo?
Neste ano, a expectativa é de um mercado de 45 milhões de toneladas [de fertilizantes convencionais]. O restante da América Latina gira 20 milhões. Até 2030, esperamos bater 50 milhões no Brasil e, até 2050, queremos ser totalmente verdes.

Qual o papel do governo para isso?
Tivemos um encontro com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) em Davos. Disse que temos ferramentas [para uma agricultura regenerativa], mas que é preciso uma regulação que incentive [a transição]. Na Europa, há uma regra forte. E uma pesquisa recente mostrou que 70% dos europeus já se preocupam em saber das emissões geradas pela produção dos alimentos que compram. E metade deles topa pagar mais por um produto "carbon free".

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