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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Título pode colocar Atlético-PR definitivamente entre grandes do Brasil

Time faz decisão da Copa Sul-Americana contra o Junior Baranquilla

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Quarta (12) é dia do Furacão, com sua força, com seu turbilhão e velocidade, varrer o Junior Barranquilla e conquistar a Copa Sul-Americana. Será um jogo difícil. O título, aliado à estrutura do clube, poderá ser o marco para o Atlético-PR se tornar, definitivamente, um dos grandes do futebol brasileiro.

Na Colômbia, o Atlético-PR foi cauteloso, seguro. Nesta quarta, em casa, vai voltar o furacão, com muita movimentação e rapidez nas trocas de passe, em direção ao gol, sem perder a organização tática. O time marca com duas linhas de quatro e, quando recupera a bola, os dois velozes jogadores pelos lados, Nikão e Marcelo Cirino, avançam como atacantes. Pablo é um centroavante rápido, técnico, habilidoso e goleador.

Diferentemente da época do técnico Fernando Diniz, o zagueiro Thiago Heleno dá muitos chutões, o que é mais seguro, pois ele não tem técnica para passar a bola. Ocorre o mesmo com quase todos os zagueiros que jogam no Brasil, com exceção de Rodrigo Caio, que, mesmo após se recuperar de contusão, não atua. É mais um bom jogador do São Paulo hostilizado pelo torcedor e pelo clube.

Pablo comemora gol contra o Junior Barranquilla, pela Copa Sul-Americana - Fernando Vergara-6.dez.18/AP

Na Libertadores, o River Plate é o campeão. A expulsão do bom volante Barrios, quando a partida estava 1 a 1, foi decisiva, embora o River já fosse superior. Há uns dois meses escuto que Benedetto, do Boca, e que Quintero, do River Plate, destaques dos times, não têm condições físicas de jogar toda a partida. Por quê? Não entendo.

River e Boca são superiores aos times brasileiros, que precisam de reforços. O Palmeiras, se quiser ter mais chance de ganhar a Libertadores, terá de contratar um ou dois jogadores para serem titulares, verdadeiros reforços, em vez de trazer mais atletas do mesmo nível dos que já possui. O Cruzeiro poderia trocar uns cinco, que, quando atuam, jogam mal, por uns dois reforços. Se perder Thiago Neves, terá de contratar outro, do mesmo nível, para substituí-lo. O reserva David é uma esperança nesta posição.

Uma das razões da pouca qualidade das equipes brasileiras está na formação do elenco, com excesso de jogadores razoáveis e caros para a eficiência do time. Além da falta de um treinador por mais tempo e do desconhecimento técnico de dirigentes, há uma dependência de empresários, que querem empurrar seus atletas. Existe, ainda, o toma-lá-dá-cá e as relações promíscuas, práticas disseminadas no país, escancaradas pela Lava Jato.

Ao mesmo tempo em que os times brasileiros possuem pouca qualidade individual, o país é o que tem mais jogadores na fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa, como escreveu PVC na Folha. Isso mostra que, com algumas exceções, ficam no Brasil os piores, já que quase todos querem jogar na Europa. Por isso, é preciso ter cuidado quando exaltam e pedem a convocação para a seleção de jogadores que brilham no Brasileiro.

No passado, em vez dos bem-vindos e atuais analistas de desempenho, que dão aos treinadores todas as informações científicas sobre os atletas, havia os olheiros, pessoas comuns, contratadas pelos clubes, por mixarias, para viajar e descobrir talentos. Há muitas lendas sobre eles. Diziam que alguns batiam o olho e achavam um craque. Certamente, tinham também os que não enxergavam.

O que teria dito o primeiro olheiro que viu Pelé jogar, antes de Waldemar de Brito o levar para o Santos, em 1956? Segundo a lenda, não teria gostado.

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