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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Os centroavantes são muitos, de vários jeitos

Há os mais fixos, finalizadores, há os que se movimentam, mais hábeis; todos são importantes

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Recentemente, vários centroavantes de prestígio mundial mudaram de clube. O norueguês Haaland saiu do Borussia Dortmund para o Manchester City. Existem dúvidas se ele vai se adaptar bem, porque o time inglês tem uma maneira peculiar de jogar, com muita troca curta de passes e pressão no campo adversário. Haaland gosta de partir em velocidade para receber a bola à frente. No domingo, na derrota para o Liverpool por 3 a 1, ele ficou muito fixo, entre os zagueiros, e pouco pegou na bola.

Lewandowski foi do Bayern para o Barcelona, onde também teve dificuldades. O time alemão pressionava durante todo o jogo, e a bola, com frequência, chegava à área adversária vinda de cruzamentos dos pontas. O Barcelona também gosta de trocar passes pelo meio, e os jogadores pelos lados costumam driblar para finalizar.

Mané, que não é um centroavante, saiu do Liverpool para o Bayern. Ele vai jogar na posição de Lewandowski, atuar como um ponta aberto ou avançar como um atacante da esquerda para o centro, como fazia no Liverpool? O time inglês perdeu Mané, um jogador importante, mas manteve seu principal atacante, Salah.

Haaland pode ter dificuldades no Manchester City - Andrew Boyers - 30.jul.22/Reuters

Lukaku, que jogava no Chelsea, voltou para a Inter de Milão, onde brilhou ao lado do argentino Lautaro Martínez. No time inglês, Lukaku foi irregular, entrando e saindo da equipe, porque o técnico Tuchel gosta mais de atacantes leves, de mobilidade, que trocam de posição.

O Brasil tem vários bons centroavantes, artilheiros, como Hulk, Cano, Calleri, Pedro Raul e Pedro. Gabigol, quando jogava ao lado de Bruno Henrique, ocupava mais o lugar do centroavante, para finalizar. Agora, com Pedro, é mais um ponta de lança que atua pela meia direita. Hulk é uma mistura de centroavante e segundo atacante (ponta de lança). Ele não fez gols nas últimas partidas, por causa de um mau momento passageiro ou é por queda individual e/ou coletiva?

Os centroavantes são muitos, de vários jeitos. Existem os mais fixos, centralizados, que se destacam somente pela finalização e pelo trabalho de pivô. Outros se movimentam mais, têm mais habilidade e participam bastante da troca de passes e da construção das jogadas. Todos são importantes.

Penso que os centroavantes artilheiros são, com frequência, excessivamente valorizados, por ter boa média de gols, às vezes em poucas partidas, mesmo quando não possuem outras qualidades. Para alguns, basta fazer um ou dois gols para ser exaltados. Já outros excelentes jogadores de outras posições poderiam ser mais elogiados, como os volantes e os meio-campistas, que iniciam a construção das jogadas. O meio-campo é a alma e o cérebro de uma equipe.

Na seleção brasileira, Neymar, provavelmente, vai jogar a Copa mais adiantado, pelo centro, um pouco à frente de Paquetá, com dois pontas abertos, que atacam e marcam, e mais dois no meio-campo. Nessa posição, Neymar não precisa voltar para marcar e está mais perto da área, para driblar, passar e finalizar. Gabriel Jesus e Richarlison devem estar também na Copa, como pontas ou como centroavantes. Como serão 26 convocados, Tite deve levar também um centroavante mais fixo. O mais cotado é Matheus Cunha.

Os melhores centroavantes da história são os que, além de fazer muitos gols, possuem uma exuberante técnica, individual e coletiva. São os craques artilheiros.

Os centroavantes autênticos, do tipo raiz, sonham todos os dias com o gol. São fominhas e pensam que só eles são artilheiros.

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