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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Descrição de chapéu alimentação

Ofensas do Brasil à China retardam negociações com a carne bovina

Avaliação é de Maurício Palma Nogueira, diretor da Athenagro e especialista nessa área

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O Brasil está sofrendo os efeitos das ofensas que o país fez à China, principalmente durante o período da pandemia.

Este é um dos motivos de a China demorar em retornar a negociar carne bovina com o Brasil, na avaliação de Maurício Palma Nogueira, diretor da Athenagro.

A consultoria, junto com a Agroconsult, faz anualmente um acompanhamento da pecuária no Brasil, buscando identificar tendências e desafios do setor. Neste ano, será realizada a 10ª edição do Rally da Pecuária.

Um funcionário corta charros de carne bovina em um frigorífico - Paulo Whitaker - 7.out.11/Reuters

As ofensas a que Nogueira se refere são todas as investidas do governo Bolsonaro e da família do presidente contra negociações com a China, inclusive no caso da vacina contra a Covid-19, provinda daquele país asiático.

Apesar desse momento delicado de negociações, Nogueira acredita que essa seja uma questão pontual. Os chineses são bons de negócios, mas precisam da carne.

O que está havendo é uma disputa por preços. "Eles querem uma redução, e os brasileiros querem mais", diz o diretor da consultoria.

As negociações, porém, dependem de elementos novos no mercado. Os chineses retomaram compras dos argentinos e, nos últimos meses, estocaram um bom volume de carne bovina.

Nos meses de agosto e de setembro, importaram 219 mil toneladas de carne bovina do Brasil, uma média de 109,5 mil toneladas por mês. Nos períodos anteriores essa média ficava abaixo de 80 mil toneladas.

Parte dessa carne, no entanto, ainda está a caminho da China. E ainda é incerto se o país vai recebê-la. Nogueira destaca, ainda, que o ritmo de retorno da produção de carne suína na China está mais acelerado do que se previa, o que ajuda a abastecer o mercado interno chinês.

O diretor da Athenagro acredita que o mercado deverá voltar ao normal porque os estoques chineses de proteínas não suportam o ritmo do aumento de consumo, devido à evolução do poder de renda, o que gera uma demanda maior por proteínas.

A saída da China do mercado brasileiro provocou queda nos preços internacionais e no mercado interno. Responsável por metade da carne exportada pelo Brasil, a China fez a arroba de boi gordo recuar para o menor patamar desde o final de 2020.

Negociada a R$ 322 em julho, a arroba chegou a cair para R$ 266,80 na sexta-feira (15), segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

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