Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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China vai entrar em uma nova era no setor de carne bovina

Brasil tem chances de elevar participação no filão de maior valor agregado

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A China vai entrar em uma nova era no setor de carne bovina. Apesar do retorno da produção de carne de porco, afetada pela ocorrência da peste suína africana nos últimos anos, a participação da carne de boi cresce, e a busca será por produtos frescos e de maior qualidade.

Os canais de consumo também devem sofrer intensa transformação. Praticamente destinado à alimentação fora de casa, o consumo de carne bovina avança no lar, e as opções de vendas passam a ser os supermercados e o comércio eletrônico.

Esse crescimento no consumo chinês continuará influenciando a demanda e os preços internacionais.

As avaliações são de analistas do Rabobank, banco voltado para o agronegócio, que estimam uma continuidade forte da presença da América do Sul no abastecimento chinês.

Funcionario acompanha a pesagem de carne no frigorifico Frigo Verde em Xapuri, no Acre - Lalo de Almeida - 27.nov.2019/Folhapress

Entre os 25 países fornecedores de carne bovina para a China, o Brasil é o líder. Em 2018, os brasileiros forneciam 31% desta proteína que os chineses importavam. No primeiro semestre deste ano, a participação foi de 38%.

Tradicional fornecedor de carnes de baixo e médio custos, o Brasil tem chances de elevar a participação no filão de maior valor agregado.

O setor de carne bovina chega a US$ 110 bilhões (R$ 583 bilhões) por ano no mercado chinês. De 2011 a 2020, o crescimento anual do consumo foi de 3%, atingindo 8,5% do total das carnes consumidas. Para 2025, os analistas do Rabobank estimam uma elevação dessa participação para 9,7%.

O consumo chinês de carne bovina foi de 8,7 milhões de toneladas no ano passado, com a produção atingindo 6,7 milhões.

Os chineses querem aumentar a produção com melhoria da genética do rebanho, mas há uma dificuldade inerente nessa expansão, devido à disputa das áreas de rebanho com as de grãos. Com isso, o país vai continuar dependente das importações.

Atualmente as compras externas representam 25% do consumo interno. Deverá subir para 30% em 2025, somando de 2,5 milhões a 2,7 milhões de toneladas, segundo o Rabobank.

A peste suína africana deu um impulso ao consumo da carne bovina, mas o retorno ao normal da produção de carne de porco não deverá retirar a de boi da mesa dos chineses.

Neste ano, mesmo com a forte queda nos preços da carne suína, devido à melhora na oferta, e com a redução de apenas 5% na de boi, o consumo continuou resiliente.​

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