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Último suspense de John le Carré será desvendado no próximo ano

Record publica 'Agente em Campo' em 2021; ano também traz novidades de Conceição Evaristo e Javier Cercas

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John le Carré, o mestre do romance de espionagem que morreu na semana passada aos 89, deixou uma última obra a ser desvendada no Brasil. “Agente em Campo”, publicado no Reino Unido há um ano, sai pela Record no primeiro semestre de 2021.

O livro ficou marcado como a obra em que o autor aborda o brexit, por meio da relação de um espião britânico de meia idade e um jovem com quem pratica esportes —e externa dúvidas sobre a qualidade da democracia do país.

Críticas ao funcionamento do Estado britânico sempre foram recorrentes no trabalho do escritor, desde quando ainda trabalhava, ele mesmo, nas profundezas do MI6, o serviço secreto britânico. Em meio às discussões do brexit, Le Carré nunca se furtou a marcar posição pela permanência na União Europeia.

O escritor britânico John Le Carré morreu aos 89 anos. Autor de “O Espião que Sabia Demais” e de outros livros de espionagem, ele teve uma pneumonia. Tom Jamieson/The New York Times/

Le Carré ficou conhecido por livros com um texto elegante, fluido e sagaz que o consagrou. Sua carreira foi impulsionada pelo conhecimento real do mundo da espionagem. Tom Jamieson/The New York Times/

Detalhe de Le Carré escrevendo. Autor morreu aos 89 anos. Charlotte Hadden/The New York Times/

Seu primeiro romance, “O Morto ao Telefone”, foi lançado em 1961, quando ele ainda trabalhava no MI6, o serviço de inteligência britânico. David Azia/The New York Times/

Antes de Le Carré publicar o livro "O Espião que Saiu do Frio”, bestseller de 1963 —chamado pelo escritor britânico Graham Greene de “a melhor história de espião já escrita”—, o modelo do espião britânico moderno na ficção era o James Bond de Ian Fleming. Charlotte Hadden/The New York Times/

A prosa de Le Carré sempre foi encaminhada para outro lado do cotidiano dos agentes secretos. Seus personagens podem ser covardes com breves momentos de coragem, profissionais atrapalhados ajudados pela sorte ou pessoas de caráter questionável. Esses retratos despertaram a ira de muitos de seus ex-colegas espiões. Charlotte Hadden/The New York Times/

Le Carré se recusava a permitir que seus livros fossem considerados em prêmios literários. Mas muitos críticos consideravam sua literatura de primeiro nível. Charlotte Hadden/The New York Times/

A própria experiência de Le Carré como um jovem agente britânico, junto às pesquisas de campo como escritor, deram aos seus livros um selo de autoridade. Mas ele usava a realidade como ponto de partida para criar um universo ficcional único. /Arnd Wiegmann/Reuters

Em seus livros, ele criou —ou, pelo menos, foi responsável por popularizar— termos para se referir ao serviço de inteligência britânico, aos agentes e tipos específicos de operações. /John Macdougall/AFP

O escritor teve diversos bestsellers, e pelo menos seis de seus romances —incluindo “Um Espião Perfeito”, de 1986, descrito por Philip Roth como “o melhor romance inglês desde a guerra”— podem ser considerados clássicos. /Charlotte Hadden/The New York Times

​HOJE E ONTEM O jornalista Tom Farias está publicando, quase ao mesmo tempo, dois livros bem diferentes. “A Bolha”, um romance de caráter existencial produzido durante a pandemia, sai pela editora Patuá. E “Escritos Negros”, que reúne 30 anos de suas críticas literárias e entrevistas com personalidades da cena literária negra, chega pela Malê.

AMANHÃ Esta última editora, aliás, traz boas novidades na programação do ano que vem. “Quando Eu Morder a Palavra”, coleção de entrevistas e resenhas sobre a obra de Conceição Evaristo, sai ainda no primeiro semestre. Henrique Rodrigues prepara o infantil “Machadinho”, sobre o Bruxo do Cosme Velho. E “Úrsula”, de Maria Firmina dos Reis, abre a coleção Clássicos Afro-Brasileiros.

O projeto Literatura Livre, parceria de Sesc e Instituto Mojo, vai disponibilizar 14 ebooks bilíngues com histórias dos povos que formaram a sociedade brasileira, ilustrados por André Ducci, que fez o trabalho acima para 'Contos Folclóricos Africanos' - Divulgação

HÁ SECULOS A Todavia planeja publicar em 2023 uma biografia de Luiz Gama, que está sendo escrita pelo pesquisador Bruno Rodrigues de Lima, que acaba de assinar contrato. Um dos maiores juristas da história brasileira, Gama se alforriou na adolescência e dedicou o resto de sua vida a aplicar o direito para libertar outros escravizados.

LOGO, LOGO O próximo livro do espanhol Javier Cercas já tem data para sair no Brasil. “Terra Alta”, romance policial que venceu o prêmio literário da editora Planeta em seu país de origem, chega por aqui em maio pelo selo Tusquets.

Retrato de Luiz Gama no livro "Lições de Resistência", organizado pela professora Ligia Ferreira para as Edições Sesc. Divulgação/

Busto do abolicionista Luiz Gama no largo do Arouche, região central de São Paulo. Folhapress/Danilo Verpa

Ilustração de Luiz Gama no livro "Lições de Resistência", das Edições Sesc. Divulgação/

Ilustração de Luiz Gama no livro "Lições de Resistência", das Edições Sesc. Divulgação/

Busto de Luiz Gama no largo do Arouche, região central de São Paulo. Folhapress/Alessandro Mitsuo Shinoda

O advogado e abolicionista Luiz Gama, na capa do nº 26 da revista Bahia Ilustrada, de janeiro de 1920.. Coleção Emanoel Araújo/

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