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Escritoras latino-americanas ganham espaço em publicações independentes

Tendência abrange autoras pouco conhecidas e nomes mais consolidados

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São Paulo

Um intercâmbio de mulheres latino-americanas vem crescendo no mercado editorial —sobretudo entre as editoras independentes. Num momento de fortalecimento do feminismo, em que multiplicam-se movimentos como o #MeToo, diferentes publicações têm difundido no Brasil autoras da região.

É o caso da Puñado. Editada desde 2017, a revista paulistana publica apenas mulheres latinas e lança a sua quinta edição nesta sexta (11).

Em 96 páginas, há contos inéditos no Brasil de nomes como a haitiana Évelyne Trouillot e a boliviana Giovanna Rivero, mas a publicação da editora Incompleta vai além da tradução.

Cada número apresenta perfis dessas escritoras, que são entrevistadas por autoras brasileiras —um dos nomes nacionais na atual edição é Juliana Leite, vencedora dos prêmios Sesc de Literatura e APCA de 2018, com o romance "Entre as Mãos".

A escritora chilena Diamela Eltit participa da Flip de 2017 - Bruno Santos/Folhapress

"Não queremos apenas publicar nomes que dificilmente seriam lidos no país, mas buscar autoras vivas, em movimento, e criar pontes com artistas daqui", diz Laura del Rey, editora da Puñado. "Queríamos uma revista de literatura em prosa que também tivesse uns dedos de prosa."

Bacuri, publicação da Edições Jabuticaba, é outra que divulga autoras latino-americanas. A revista dá continuidade a um projeto de divulgação da poesia da região.

Há dois anos, a casa lançou "Nocaute", coletânea de poetas cubanos contemporâneos. Atualmente, planeja editar uma obra da argentina Cecilia Pavón, autora publicada na primeira Bacuri.

Se a revista prioriza escritores menos conhecidos, a coleção "Nos.Otras", da Relicário, tem buscado editar nomes mais consolidados da região. Em 2018, publicou "Viver entre Línguas", da ensaísta argentina Sylvia Molloy. Em 2017, traduziu "Jamais o Fogo Nunca", da chilena Diamela Eltit, convidada da Flip daquele ano.

Maíra Nassif, editora da Relicário, acredita que a literatura latino-americana ainda é pouco representada no mercado brasileiro. Ela cita o caso do poeta chileno Nicanor Parra, um dos principais nomes da literatura do país, que apenas em 2018 foi publicado no Brasil, pela editora 34.

"Mas, se a literatura latino-americana é sub-representada, a realizada por mulheres da região é ainda mais. Mesmo uma ganhadora do Nobel, como a chilena Gabriela Mistral, ainda não tem nenhum livro em português", diz Nassif.


Lançamento da Puñado nº 5

Nesta sexta (11), das 19h às 22h, na livraria Blooks do shopping Frei Caneca - r. Frei Caneca, 569, Bela Vista, São Paulo, tel. (11) 3259-2291. R$ 40 (96 págs.)

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