Luan Santana concretiza sonho de ter musical após ver '2 Filhos de Francisco'
'Isso que É Amor', que estreia nesta sexta (13) em São Paulo, tem canções adaptadas do astro sertanejo
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Há dois anos, deixando a pré-estreia do musical “2 Filhos de Francisco”, Luan Santana passou a cultivar o sonho de, tal qual a dupla Zezé Di Camargo & Luciano, também ter sua trajetória contada nos palcos.
“Fiquei encantado. Queria muito colocar ali o que vivi, o passo a passo do gurizinho que nasceu na internet, cresceu e amadureceu no palco. Quero muito mostrar esse musical ao Brasil, tenho muito para contar e para cantar”, diz o cantor de 28 anos, uma das maiores estrelas do sertanejo pop na atualidade.
Parte do sonho se tornará realidade a partir desta sexta (13), quando estreia, no Teatro das Artes, “Isso que É Amor”, musical de Rosane Lima inspirado na obra que o cantor construiu ao longo de dez anos de carreira. Sob a direção de Ulysses Cruz, o espetáculo até traz passagens facilmente associáveis à vida do astro, mas foge de qualquer teor biográfico.
“Ele é muito jovem. Eu não faria um espetáculo contando uma história que ainda está se escrevendo”, sentencia o diretor que, tal qual o astro, se impressionou com o musical sobre a dupla sertaneja, mas acredita que ali tenha se encerrado um ciclo.
“Acho que ‘2 Filhos de Francisco’ deu o ponto final nessa história de ascensão dos astros pop. Agora temos que percorrer outros caminhos.” Em “Isso que É Amor”, a história gira em torno de Gabriel Lucas, um popstar que se sente solitário e busca encontrar um sentido para o que faz enquanto busca por sua musa inspiradora. “Queria construir uma identificação com o público. Qualquer um pode se encantar pela história desse jovem que não é o Luan, mas poderia ser”, diz Ulysses.
A obra, baseada nas músicas do cantor, também se inspira no universo que o envolve. Para produzir a encenação, o diretor pôs na boca das personagens frases que ouvia incessantemente de fãs do sertanejo. “Elas são loucas por ele, e nos dão muita base de como construir essas personas. Daí quis fazer essa homenagem usando as expressões que elas sempre dizem, e dão verossimilhança ao espetáculo”, diz.
A participação das fãs é uma constante na produção do espetáculo, que, desde o início das audições, contou com componentes dos fã-clubes ajudando a escolher o grupo de protagonistas. Durante a temporada e a turnê, que percorrerá seis capitais, cada sessão contará com 20 fãs no palco participando da cena final.
E é justamente essa relação entre ídolo e fã que norteia parte da ação do musical. Na obra, o astro Gabriel Lucas (Daniel Haidar) sofre com a solidão das estradas e sai em busca de sua musa, personificada por Leona (Isabel Barros), uma jovem simples que vive um relacionamento conturbado com o fotógrafo Fernando (Nicolas Ahnert), um dos vilões da história, ao lado da ciumenta e possessiva Deise (Pâmela Rossini), presidente do fã-clube do astro pop.
O espetáculo aborda temas como o crime virtual, o amor não correspondido de uma garota por sua melhor amiga, a adoção e o relacionamento abusivo, mas sem levantar bandeiras. “É uma história feita de delicadezas, são dramas comuns, sem agressividade. É como se fizéssemos para crianças de nove anos de idade”, explica o diretor que, há quatro anos, já havia tentado uma empreitada parecida, ao lado do produtor Gustavo Nunes, idealizador do projeto.
A dupla encomendou, ainda em 2015, um texto adaptando a clássica história de “Romeu & Julieta” para a obra de Luan Santana. O projeto passou alguns anos em tratamento dramatúrgico, até que veio a surpresa. “Abri o jornal e lá estava uma nota anunciando a história de Romeu e Julieta ao som de Marisa Monte”, se diverte Ulysses, que achou, no fim das contas, um alívio.
“O texto não era bom, ninguém estava feliz, então tivemos a chance de trabalhar isso.” O novo texto então foi encomendado para três pessoas, até que chegou às mão da dramaturga Roseane Lima, que escreveu um espetáculo que inspirou Ulysses a buscar referências em obras como “Roda Viva”, de Chico Buarque de Hollanda, e “Rocky Horror Show”.
Inspirado nestes espetáculos –e em épicos como “Les Misérables”–, Ulysses concebeu a encenação com um cenário representando uma máquina do tempo, efeitos especiais, e truques de mágica realizados pelo Homem do Relógio, uma espécie de mestre de cerimônias.
O elenco, formado por 15 jovens atores e cantores, conta ainda com a participação especial dos veteranos Danilo Moura, Fefa Moreira e da atriz convidada Izabela Bicalho. No roteiro estão sucessos como “Butterfly”, “Te Vivo”, “Sinais”, “Acordando o Prédio” e, claro, o sucesso inicial “Meteoro”, todos trabalhados pelo diretor musical Guilherme Terra e vertidos para ritmos como o tango, o jazz, a salsa, o pop e a moda de viola, o que anima ainda mais o cantor que, com a agenda lotada e impedido pelo diretor, ainda não viu nada do espetáculo.
“Eu tenho guardado esse projeto com carinho, muito carinho mesmo. E, quem sabe um dia, terei um musical com minha biografia e direção do Ulysses? Mas seria uma honra atuar em um espetáculo, adoro teatro”, finaliza Luan Santana acalentando quem sabe um novo projeto para um futuro não tão distante.
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