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Show de Gusttavo Lima desafia Justiça, prefeitura volta atrás e deleta post

Mesmo após suspensão, organização da festa ironizou que era 'mais fácil o mundo acabar' do que cantor não se apresentar

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São Paulo

Depois de a Justiça cancelar, liberar e depois cancelar novamente um show de Gusttavo Lima alvo de investigação em Teolândia, na Bahia, a prefeitura da cidade ironizou a decisão nas redes sociais e disse que a apresentação iria acontecer.

A organização da Festa da Banana publicou que estava "mais fácil o mundo acabar do que o Gusttavo Lima não se apresentar" e orientou o público a chegar cedo ao local. A publicação foi feita no Instagram por volta das 17h30. Poucas horas depois, porém, ela foi excluída.

Publicação do perfil no Instagram da Festa da Banana feita na tarde deste domingo, dia 5 - Reprodução/Instagram @festadabananaoficial

Em seguida, a prefeita de Teolândia anunciou que o evento tinha sido cancelado, em cumprimento à decisão que determinou sua suspensão. "Não resta outra alternativa, senão acatar a decisão judicial e suspender o evento", escreveu em nota. O show do sertanejo pago com um cachê de R$ 704 mil da prefeitura estava previsto para este domingo.

A atração foi cancelada primeiramente pela Justiça na última sexta-feira após um pedido do Ministério Público. No dia seguinte, foi autorizado pela Justiça, que acatou um pedido da prefeitura e, neste domingo, o Superior Tribunal de Justiça suspendeu a decisão.

Moradores de Teolândia protestaram contra o cancelamento do evento e interditaram o quilômetro 349 da BR-101, na sexta-feira, aos gritos de "sem festa, sem pista" e "queremos festa". A Polícia Rodoviária Federal foi acionada, e a pista foi liberada no mesmo dia.

A cidade de Teolândia enfrentou em dezembro duas enchentes que deixaram moradores desabrigados e destruiu estradas. À época, a prefeita Rosa Baitinga afirmou que não seria capaz de contornar a crise sozinha, pediu que os moradores enviassem um Pix para a conta da prefeitura e recebeu R$ 1,14 milhão do governo federal.

O sertanejo Gusttavo Lima durante show em São Paulo - Francisco Cepeda/AgNews

Ao todo, a Festa da Banana estava orçada em R$ 2,3 milhões, valor que corresponde a 40% do que o município destinou à saúde durante todo o ano de 2021, de acordo com o Ministério Público.

"Após o período pandêmico, as chuvas do final do ano e a crise financeira sem precedentes é preciso criar políticas públicas para fazer circular riquezas", afirmou a prefeita no comunicado. "A Festa da Banana não é uma despesa pública, mas um investimento no bem-estar, na cultura e como gerador de riquezas." ​

"Não é possível que o mesmo município que informou necessitar de ajuda e recursos para salvaguardar a sua população de catástrofe natural anuncie, em poucos meses, a contratação de artistas com cachês incompatíveis com as dimensões, arrecadações, necessidades de primeira monta e saúde financeira do município", escreveu Rita Cavalcanti, a promotora de Justiça que ajuizou a ação.

Em nota, Gusttavo Lima afirmou que "não pactua com ilegalidades" e que não é seu papel "fiscalizar as contas públicas". Hoje, 29 cidades pelo país têm shows investigados pelo Ministério Público —a maioria deles são de eventos do sertanejo, mas Xand Avião e Wesley Safadão também aparecem entre os cachês.

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