Luciano Huck e outros famosos lamentam a morte de petista por bolsonarista
Marcelo Arruda, tesoureiro do PT, foi assassinado a tiros em aniversário temático do partido em Foz do Iguaçu
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O caso da morte de Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do PT, na noite de sábado chamou a atenção de políticos e de famosos, que repudiaram a atitude violenta do policial penal federal bolsonarista que invadiu a festa de 50 anos do militante, com itens temáticos de Lula e do partido.
Mas a repercussão não ficou restrita só às figuras ligadas ao poder e se estendeu também a manifestações de famosos como Luciano Huck, Zélia Duncan e José de Abreu ao longo deste domingo.
"Diante desta tragédia, só consigo pensar nas crianças que perderam os pais de um jeito tão brutal. Democracia exige tolerância, civilidade e respeito no dissenso. Quando antagonismos políticos matam, morre junto o ideal democrático", escreveu o apresentador do Domingão com Huck.
"Até para discordar, precisamos saber ouvir. Sem isso, retrocedemos à barbárie. Temos a obrigação de entregar um Brasil melhor do que recebemos. E isso só será possível com diálogo, união e consenso", completou.
Já o ator José de Abreu, notório militante do PT, foi sintético ao relembrar uma fala de Jair Bolsonaro em 2018, na qual ele levantou o tripé de uma câmera e a empunhou como um rifle para gritar "vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre" para apoiadores. "O 'vamos fuzilar a petralhada' começou em Foz", escreveu José de Abreu.
O mesmo episódio foi relembrado pelo ator Antonio Tabet, que também trabalha com o canal de notícia MyNews. "O responsável é o irresponsável", postou ele ao compartilhar o vídeo, levantando ainda a hashtag "BolsonaroMata".
"Nenhuma violência se justifica. Mas não há paralelo. O presidente não pode dizer que 'vamos metralhar a petralhada', sugerir que a vacina causa Aids, vender o ódio", disse ainda. "Banalizamos a irresponsabilidade. A liturgia do cargo morreu. Nossos maiores exemplos são os piores exemplos."
A cantora Zélia Duncan também repudiou o assassinato de Arruda chamando o policial responsável pela morte, Jorge José da Rocha, de "um 'homem de família', enfurecido e vazio de qualquer forma de pensar". "O assassino apareceu na festa com a esposa e a filha. Ameaçou, as deixou em algum lugar e voltou para completar o crime", disse.
A escritora e professora de filosofia Marcia Tiburi também comentou o caso, lembrando que decidiu sair do Brasil em 2018. "As ameaças eram de massacre devido à nossa presença", disse, se referindo ainda a Jean Wyllys e Debora Diniz. "Marcelo Arruda perdeu a vida, mas impediu um massacre", concluiu.
Arruda também era diretor da executiva do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu, o Sismufi.
O assassinato do militante ocorre em meio a episódios ligados a ameaças, ataques e tensão relacionados à pré-campanha eleitoral no Brasil. Na última quinta-feira, um evento com apoiadores do petista na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, foi alvo de um artefato explosivo.
A bomba caseira, aparentemente feita com uma garrafa PET, foi lançada do lado de fora da área isolada em frente ao palanque, antes da chegada de Lula.
No último dia 15, apoiadores do ex-presidente foram alvo de drones com fezes antes de um ato com a presença de Lula em Uberlândia, em Minas Gerais.
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