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Museu d'Orsay devolverá telas de Renoir e Gauguin a herdeiros de galerista

Quadros foram extraviados para a Alemanha na Segunda Guerra Mundial e erroneamente devolvidos à entidade após o conflito

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São Paulo

O Museu d'Orsay terá de devolver quatro pinturas de seu acervo a herdeiros de um dono de uma galeria, morto em 1939. A ordem vem da justiça francesa, que concluiu nesta quarta-feira um processo que se alongava na corte havia mais de uma década.

A decisão inclui as telas "Marine, Guernsey", de 1883, e "O Julgamento de Páris", de 1908, ambas pintadas por Pierre Auguste Renoir; "Sous-Bois", produzida entre 1890 e 1892 por Paul Cézanne; e "Natureza Morta com Bandolim", criada por Paul Gauguin em 1885. A república francesa, responsável pela administração do museu, já confirmou que não recorrerá.

Interior do Museu d'Orsay, em Paris - Xinhua/Gao Jing

As obras pertenciam à coleção de Ambroise Vollard, galerista e marchand influente que ajudou artistas como Vincent Van Gogh e Pablo Picasso a se estabelecerem em Paris. Morto em um acidente de carro ocorrido em julho de 1939, aos 73 anos, ele teve seu acervo de 6.000 obras dividido entre os irmãos, que tiveram que administrar o legado durante a ocupação do país pelas tropas nazistas, na Segunda Guerra Mundial.

Um desses irmãos, Lucien, teria ajudado dois negociadores de arte a vender parte das obras a museus e colecionadores alemães durante o período, transportando as quatro pinturas envolvidas de maneira irregular para a Alemanha nazista. As peças foram encontradas depois da entrada dos Aliados no país em 1945, mas na época foram direcionadas ao Museu d'Orsay, dono da maior coleção de obras impressionistas e pós-impressionistas do mundo.

Foi por essa confusão que os herdeiros de Vollard entraram na justiça com um pedido de devolução, o qual a república francesa havia negado argumentando que as circunstâncias da venda não eram claras o suficiente. A questão é que o galerista não era judeu e que a coleção não havia sido pilhada pelos nazistas, o que removia o caso da jurisdição das leis voltadas a casos do tipo.

Agora, a justiça afirma que os herdeiros são os proprietários legítimos das quatro pinturas, confirmando a decisão na ordem emitida hoje.

A família de Vollard ainda diz ter direito sobre mais três obras, incluindo outras duas de Renoir —"Rosas num Vaso", de 1895, e "As Grandes Banhistas", produzida entre 1884 e 1887— e "Cabeça de Velho", pintada por Cézanne em 1866. A corte ainda está para decidir o futuro dessas obras.

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